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quinta-feira, 8 de maio de 2025

TRIBUNAL DE CONTAS RECOMENDA QUE PREFEITURA DE SÃO JOSÉ CALÇADO MELHORE LICITAÇÃO

Quatro cidades capixabas receberam, ao todo, 19 recomendações do Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCE-ES) para que futuras licitações de obras e serviços de engenharia sejam realizadas de forma regular.
A decisão dos conselheiros, divulgada no fim de abril, se baseou em um processo de fiscalização que acompanhou licitações das prefeituras de São José do Calçado, Iúna, Dores do Rio Preto e Afonso Cláudio, assim como do Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Espírito Santo (DER).
O estudo técnico, conforme o Núcleo de Controle Externo de Edificações da corte, identificou que a maioria dos editais analisados “não favoreceu a ampla competição” e também apresentou “falta de planejamento”.
Os principais problemas encontrados foram a elaboração incompleta do Estudo Técnico Preliminar, com falhas nos requisitos e documentos necessários, além de ausências desse estudo em alguns casos. Também foram identificadas restrições à competitividade, como exigências desnecessárias de qualificação técnica e requisitos restritivos, consta no acórdão.
Também foram notados riscos relacionados à compra de bens ou contratações de serviços por preços acima do mercado, “devido à aplicação inadequada da taxa de BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) no orçamento”.
A taxa citada é adicionada ao custo direto da obra para cobrir despesas indiretas, como os gastos com a parte administrativa, e garantir o lucro das empresas.
“Observou-se a falta de detalhamento do BDI, a inclusão de custos duplicados e a aplicação de uma taxa de BDI superior ao recomendado, sem a redução necessária em itens específicos de materiais e equipamentos”.
A finalidade do acompanhamento era corrigir tais falhas nos editais para que os gestores pudessem efetivar um processo regular.
Segundo o Núcleo de Controle Externo de Edificações, “os objetivos do acompanhamento e as ações adotadas foram satisfatórios, considerando os ajustes feitos durante esta fiscalização”.
No entanto, nem todos os municípios acataram às correções apontadas. O relatório expõe que as ações tomadas após a submissão das irregularidades achadas pela fiscalização “alternaram entre prosseguir com o procedimento licitatório, suspender o procedimento para análise e retificação integral dos achados”.
Devido ao prazo de execução do acompanhamento, algumas correções acabaram não sendo realizadas, segundo o documento.
As ações tomadas foram as seguintes: 
*Sobre o edital para a construção de galpão para o Centro de Eventos – Parque Industrial, a Prefeitura de São José do Calçado não se manifestou a respeito dos achados e deu prosseguimento ao processo licitatório. Como resultado, apenas duas empresas participaram do processo;
*Sobre o edital para construção da quadra poliesportiva de Pequiá, a Prefeitura de Iúna otou por prosseguir com o procedimento licitatório e apresentar esclarecimentos para os achados;
*Sobre o edital para a construção de quadra poliesportiva na Escola Cristina Peixoto do Carmo, a Prefeitura de Dores do Rio Preto optou por suspender o processo para adequação. Em seguida, o edital foi cancelado;
*Sobre o edital para a construção do CMEI – Bairro João Valim, a Prefeitura de Afonso Cláudio optou por suspender o edital para o acerto das peças técnicas e realizar a republicação.
As prefeituras foram procuradas pela reportagem, mas não responderam às demandas até a publicação desta reportagem.
O DER, por sua vez, corrigiu os três editais fiscalizados: 
- Reconstrução da EEEFM Domingos José Martins, em Marataízes;
- Reconstrução da EEEFM Dr. Jones dos Santos Neves, em Baixo Guandu;
- Reconstrução da EEEFM Ecoporanga.

Folha Vitória

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