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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

COMEÇOU A CAMPANHA ELEITORAL EM SÃO JOSÉ DO CALÇADO?

A tranquilidade política que se espera em anos distantes do calendário eleitoral não existe mais em São José do Calçado. Em uma postura considerada precipitada e politicamente questionável, o prefeito Antonio Coimbra de Almeida, o Cuíca (PSB), decidiu anunciar publicamente quem pretende ver ocupando sua cadeira nas eleições de 2028, ignorando o distanciamento necessário entre a gestão pública e interesses eleitorais.
Durante entrevista a Rádio Bom Jesus, Cuíca afirmou que o coordenador de governo, Ciro Passalini, será seu sucessor. A fala, feita sem qualquer constrangimento, reforça uma prática recorrente de uso de visibilidade institucional para promover aliados, algo que contraria o espírito da legislação eleitoral e alimenta debates sobre propaganda extemporânea.
A postura do prefeito deixa clara a tentativa de controlar o processo político local com quatro anos de antecedência, transformando a máquina administrativa em vitrine para seu projeto de continuidade no poder. Ao invés de focar em discussões sobre políticas públicas, metas administrativas e prestação de contas, a entrevista foi usada como palco para sinalizar preferências pessoais e alinhar a população ao seu candidato.
Ao justificar sua escolha, Cuíca recorreu a falas que pouco contribuem para o debate público e que servem, na prática, para reforçar a imagem de Ciro perante o eleitorado. As declarações, porém, escancaram a intenção política de antecipar uma disputa que sequer começou oficialmente, atropelando os limites que deveriam separar gestão e campanha.
Além disso, ao atrelar conquistas do município diretamente ao pré-candidato que apoia, o prefeito cria um ambiente em que a administração passa a ser usada como instrumento de promoção eleitoral, deixando dúvidas sobre a real motivação de suas declarações e sobre a responsabilidade que deveria ter como agente público em período não eleitoral.
Com esse movimento, São José do Calçado entra em clima eleitoral muito antes do previsto, enquanto o prefeito assume um papel que ultrapassa suas atribuições administrativas e interfere no processo democrático com uma vantagem construída a partir do próprio cargo. A postura abre espaço para questionamentos da Justiça Eleitoral e reacende um debate sempre atual: até onde vai a liberdade de expressão de uma autoridade pública e onde começa o uso indevido da estrutura do poder?

Blog Redação News BJI

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