Folha da Manhã
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), e a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) realizam nesta segunda-feira (21) a operação Usuário Fake, para cumprir um mandado de prisão preventiva e oito de busca e apreensão contra uma organização criminosa responsável pela prática dos crimes de extorsão, delitos contra a honra, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Entre as vítimas estão deputados estaduais, federais, prefeitos e vereadores. Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Especializada da Comarca da Capital, são cumpridos em endereços ligados a seis denunciados, na Baixada Fluminense e Região Metropolitana.
De acordo com a denúncia, a organização é chefiada por Igor Patrick de Souza, único a ter a prisão deferida pelo Juízo, e se utiliza da divulgação de notícias falsas em redes sociais para, desde 2017, extorquir e cometer crimes contra a honra de suas vítimas. Liderados por Igor, Felipe Dias Dodó, Andressa Aline Pimentel de Carvalho, Rodrigo Menezes de Vasconcellos, Danyella Jesus da Silva e Sinaria de Carvalho da Silva desenvolvem suas atividades por meio de duas pessoas jurídicas, a Folha de Caxias e a Informarketing Publicidade, responsáveis pela publicação de notícias jornalísticas em redes sociais, em especial o Facebook, e pelo trabalho de marketing digital e político, administração de redes sociais e remoção de conteúdos negativos na internet.
A Polícia Civil informou que, segundo as investigações, a organização criminosa atuava de forma empresarial. Quando um político não aceitava pagar por propaganda na falsa página de notícia de sua cidade, se transformava em alvo de constantes ataques políticos, usando sempre fake news.
As falsas páginas de notícias usadas nos crimes atuavam em municípios de Magé até Paraty, na Região da Costa Verde, com atuação mais intensa em cidades da Baixada Fluminense.
“Em algumas de suas publicações no Facebook, as empresas divulgam notícias falsas e/ou sem base fática, atacando a honra de suas vítimas. As referidas publicações norteiam, então, o crime posterior de extorsão, uma vez que, após os fatos, o grupo condiciona a remoção das notícias falsas ao pagamento de quantias, através da contratação de serviços de publicidade e remoção de conteúdo ou, até mesmo, cobrando pelo exercício do direito de resposta em suas próprias páginas, que possuem, por sua vez, milhares de seguidores, denotando especial gravidade às publicações”, informou o MPRJ.
PF cumpre mandados de busca e apreensão contra fake news eleitoral
Nesse domingo (20), a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão em Macapá e em Santana, no Amapá, a pedido do Ministério Público, para averiguar se houve crime de divulgação de fake news eleitoral.
A medida cautelar foi motivada em razão da propagação em massa de notícia falsa relacionada ao cumprimento de um mandado de busca e apreensão nesse sábado (19) pela Polícia Federal em uma investigação que apura compra de votos.
As notícias falsas partiram de grupos de aplicativo de mensagens de WhatsApp e foram disseminadas em todo o Amapá. Segundo a mensagem falsa, na ação de sábado, a Polícia Federal teria apreendido R$ 300 mil que supostamente seria utilizado em compra de votos para favorecer um candidato que concorria às eleições municipais.
As notícias falsas ainda utilizaram foto contendo uma carteira funcional do Ministério Público, colocada em cima da quantia apreendida, na tentativa de induzir os leitores à veracidade da informação.
Os investigados poderão responder por divulgação/disseminação de fake news e, se condenados, cumprir pena de até 8 anos de reclusão.
Fonte: MPRJ e Agência Brasil
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