Em visita a Campos na manhã desta terça-feira (22/05), o secretário de Estado de Segurança, general Richard Nunes, informou que a 2ª Companhia de Infantaria, situada no Parque Santo Antônio, em Guarus, tem efetivo que pode ser designado em operações integradas, tanto dentro do município de Campos, como em toda região Norte Fluminense.
Dados recentes apontam a Planície Goitacá, como a segunda cidade do Estado com maior número de crimes contra a vida, ficando atrás de Paraty, no Sul-Fluminense. A região de Guarus é a área com o maior índice de letalidade violenta em toda região que abrange o 8° Batalhão de Polícia Militar (BPM) – que além de Campos cobre os municípios de São João da Barra; São Francisco de Itabapoana e São Fidélis.
“Viemos aqui [Campos] hoje para conversar com as autoridades da Polícia Civil e Militar e ver uma maneira de trabalhar de forma integrada, aproveitando essa oportunidade criada com a intervenção federal, para que os esforços também das forças armadas e dos órgãos de segurança pública, de nível federal, possam ser canalizados para cá [região Norte Fluminense] para coibir essas áreas de criminalidade, principalmente Guarus, que me parece ser o ponto focal aqui [Campos] da violência, para que a gente possa dar uma resposta efetiva aos anseios aqui da sociedade do Norte Fluminense”, ressaltou o general.
Em Campos, o secretário percorreu a 6ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP), a 134ª Delegacia de Polícia do Centro e o 8º Batalhão de Polícia Militar, onde recebeu a imprensa para uma coletiva.
“A Polícia Civil e Militar aqui em Campos tem feito um trabalho extraordinário. Visitei agora, por exemplo, a 134ª Delegacia de Polícia que foi totalmente recuperada, com uma competência administrativa de buscar recurso do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e temos uma delegacia que é um modelo. E aqui esse 8° Batalhão, que é o maior do Rio de Janeiro, vejo o empenho do comandante e do comando do batalhão em fazer o melhor. Estamos aqui exatamente para ver isso e de que maneira nós podemos auxiliar, tanto a Polícia Civil quanto a Militar, a trabalhar cada vez melhor e mais integradas, porque quando todos nós trabalhamos juntos os resultados vêm”, enfatizou.
INTERVENÇÃO X CRIMINALIDADE
Em Campos, de fevereiro a abril deste ano, houve um aumento de 25% no número de homicídios, se comparado com o mesmo período do ano passado.
Para o secretário, apesar de a intervenção federal no Estado do Rio ter sido decretada em fevereiro, tais números parecem precipitados. “Somente no mês de março nós conseguimos reestruturar o gabinete de intervenção. Tivemos também troca de comandos, tanto na Polícia Civil quanto na Polícia Militar e o trabalho integrado para coibir a criminalidade, nós começamos efetivamente no final de março, início de abril. Já atuamos fortemente na questão do roubo de veículos, que teve uma redução drástica, de 13%, em relação a março. Estamos trabalhando fortemente na redução do roubo de cargas, porque são atividades essenciais para que a gente possa também recuperar a atividade econômica do estado do Rio de Janeiro. E na questão da letalidade violenta isso vem a reboque. Quando a gente trabalha em cima do roubo de veículos, por exemplo, se reduz o latrocínio”, comentou o general acrescentando que trabalhando com ações estratégicas, que tem efeito de médio e longo prazo como, por exemplo, a rearticulação das UPPs, também contribuirá para o combate a criminalidade.
REGIME ADICIONAL DE SERVIÇO E NOVAS VIATURAS
Indagado sobre o reforço no efetivo das Polícias Militar e Civil, general Nunes disse que a retomada do Regime Adicional de Serviço (RAS), que foi adotada a partir da semana passada, é um reforço importante para o efetivo de ambas as polícias, ou seja, trabalhando de maneira integrada com perspectivas de uma melhora em curto prazo.
O RAS, que é um serviço extra, estava parado por conta da crise fiscal. Agora, com a retomada, a expectativa é de que 1.300 policiais estejam nas ruas reforçando o patrulhamento em todo o Estado.
Das novas viaturas que estão chegando ao Estado, para Campos, o secretário afirmou que tem uma previsão de chegada de 12 carros que irão integrar as 48 viaturas já existentes na corporação. “Agora, aquelas que serão adquiridas ainda, que são viaturas Patamo e outras viaturas mais leves, nós ainda não fechamos o planejamento e temos que observar o próprio comportamento da criminalidade no estado para a gente poder direcionar para onde as manchas criminais mais indicarem”, complementou.
O general finalizou a visita a Campos pedindo o apoio de toda a sociedade, que precisa estar de mãos dadas com os órgãos de segurança pública e tem um papel muito importante a desempenhar na solução desta questão da criminalidade.
“A sociedade tem que entender que a segurança pública só aponta de um problema que vem desde a base. Nós temos hoje uma sociedade muito permissiva, com vários problemas que são tolerados em determinados momentos e depois isso acaba tendo efeitos na área da segurança”.
De Campos, o secretário seguiu para o município de Macaé, onde visita as dependências do 32° Batalhão de Polícia Militar e a 123ª Delegacia de Polícia.
Ururau