Servidores foram presos na última quinta-feira, em uma operação contra uma quadrilha que fraudava registros de veículos no estado
O Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran) exonerou três servidores apontados como integrantes de uma quadrilha que fraudava documentos de veículos no Estado. O caso foi divulgado na última quinta-feira quando 10 membros suspeitos de participação no esquema foram presos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Segundo a informação publicada no Diário Oficial desta segunda (05), foram exonerados os servidores Wagner Meloni da Silva, Fabiana Barela de Oliveira Bessa e Túlio Brum. Os três eram vinculados ao Ciretran da cidade de Mimoso do Sul, no interior do estado. A publicação no Diário Oficial informa que Wagner da Silva e Túlio Brum atuavam como agentes de serviço, enquanto Fabiana Bessa era chefe do Posto de Atendimento Veicular na cidade de Apiacá, no Sul do estado.
DETIDOS CONTINUAM PRESOS
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Wagner da Silva e Túlio Brum estão presos no Centro de Detenção Provisória de Viana 2. Fabiana Bessa está no Centro Prisional Feminino de Cariacica. O Detran também comunicou que quatro despachantes perderam todo o acesso ao sistema de veículos.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?
No dia da operação, o Ministério Público do Espírito Santo informou que cerca de 40 servidores do Detran são investigados suspeitos de participação no esquema. O Detran informou que recebeu um ofício do Gaeco, com as informações de todas as transações sob investigação. Por isso, foi iniciada a identificação de todos os servidores e despachantes que, de alguma forma, participaram das transferências desses veículos. Após a conclusão da identificação, será instaurada sindicância para definir a responsabilidade de todos os envolvidos.
Fraude de R$ 100 milhões é investigada no Espírito Santo
As investigações revelaram provas de fraudes no registro de veículos em nome de inúmeras pessoas. Estão sob investigação 896 registros de veículos no estado, com valor estimado de fraude superior a R$ 100 milhões.
O promotor de justiça Tiago Pinhal explicou que as investigações começaram em outubro de 2018. Segundo ele, a quadrilhada usava dados da Base de Índice Nacional (BIN) para selecionar carros que tinham registro no sistema e que nunca haviam sido emplacados. O grupo usava os dados desses veículos para falsificar os documentos e até mesmo adulterar chassis de carros roubados ou furtados.
Uma pessoa, a chamada demandante, entregava documentos falsos ao despachante. Em seguida, o despachante fazia a solicitação do registro do carro ao Detran. O funcionário, que participava do esquema, aprovava esse pedido de registro, baseado em documentos falsos. As investigações apontam que os funcionários do Detran aprovavam o registro de veículos sabendo das irregularidades na documentação.
MUDANÇA NO SISTEMA DO DETRAN
Após a operação, o diretor-geral do Detran, Givaldo Vieira, afirmou que uma mudança no sistema do departamento foi colocada em funcionamento, limitando o acesso dos despachantes aos dados do BIN. Givaldo Vieira também afirmou que será criado um sistema específico de atendimento para os despachantes, para serviços como o licenciamento e emplacamento.
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