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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abriu concurso público para mais de 200 mil vagas de trabalho temporárias para a realização do Censo Demográfico 2020. Mais de 180,5 mil desses postos de trabalho são para a função de recenseadores, que visitarão todos os domicílios brasileiros no período de coleta de informações da operação censitária e serão remunerados por produtividade.
"Quanto mais pessoas ele visitar, quanto mais questionários ele responder, mais ele vai ganhar", disse Bruno Malheiros, coordenador de Recursos Humanos do IBGE. "Ele não tem salário específico, ele ganha por produção, mas ele recebe também 13º salário e férias proporcionais em relação ao que produziu", completou.
O orçamento para o Censo Demográfico de 2020 é de R$ 2,3 bilhões, sendo aproximadamente R$ 1,6 bilhão para o pagamento dos trabalhadores envolvidos na operação.
O IBGE não revela a remuneração média dos recenseadores, mas informa que disponibilizou em sua página na internet um simulador onde os candidatos podem verificar sua eventual remuneração com base nos valores pagos por setor censitário nos diferentes municípios do país.
"Um município na Amazônia que tem que pegar dois ou três dias de barco para chegar, ele demanda um esforço muito maior, então o valor é maior. Então tem variação enorme no valor (de remuneração do recenseador", justificou Malheiros.
A remuneração do recenseador será calculada com base no número de domicílios visitados, na taxa de remuneração da localidade de cada domicílio, no número de questionários respondidos e de pessoas recenseadas.
Os candidatos classificados no processo seletivo serão convocados para treinamento e contratação no mês de julho. Há vagas em todos os municípios do País, mas o recenseador se inscreverá para trabalhar em regiões específicas em casos que possam abranger favelas, aldeias indígenas ou comunidades quilombolas, por exemplo. A intenção do IBGE é que moradores das próprias comunidades sejam os recenseadores da região, o que facilitaria o trabalho de coleta.
"A gente sabe que, em algumas comunidades, o trajeto interno é mais complicado. Não tem nome de rua, não tem número. Então o recenseador ser morador da área facilita muito esse trabalho. Isso não acontece só em comunidades, também acontece em bairros", explicou Malheiros. "No Sul, a gente tem municípios em que grande parte dos moradores fala outro idioma, não falam português, então é mais fácil que o recenseador também seja um morador da área", argumentou.
As inscrições para o processo seletivo começam nesta quinta-feira, dia 5, e se estendem até 24 de março. Podem se candidatar às vagas de recenseadores quem tiver terminado o ensino fundamental. Há outras 5.462 vagas para Agentes Censitários Municipais e mais 22.676 postos de trabalho como Agentes Censitários Supervisores, ambos com exigência de ensino médio completo.
Os agentes censitários terão remuneração de R$ 2.100 para coordenar a operação de coleta, enquanto os agentes supervisores receberão R$ 1.700 para supervisionar as equipes de recenseadores.
Os contratos terão duração de três meses, mas podem ser renovados caso haja disponibilidade orçamentária e a operação precise ser estendida. Por conta de uma mudança na legislação em vigor, trabalhadores que atuaram recentemente como temporários para o IBGE ou qualquer outro órgão público também poderão se inscrever e atuar no Censo 2020, caso sejam aprovados nesse novo processo seletivo.
As inscrições devem ser feitas pela internet, no site do Cebraspe, que organiza o processo seletivo. A taxa de inscrição para as funções de nível médio é de R$ 35,80, enquanto a de recenseador é de R$ 23,61. Os valores podem ser pagos em qualquer banco, casa lotérica ou pela própria internet.
O Dia