Sônia
Quintan era professora em São Fidélis, no Norte do estado, e morreu vítima da
Covid-19 aos 54 anos — Foto: Reprodução
Dona Rose
era professora em Piraí, no Sul do Rio, e morreu vítima da Covid-19 aos 66 anos.
Foto:Reprodução
Professor
e escritor Marcus Vinícius Quiroga tinha 65 anos e morava em Copacabana — Foto:
Reprodução
Atrás dos números de mortos em decorrência da
Covid-19 estão parentes e amigos que não puderam se despedir. Entre as vítimas
estão também pessoas que marcaram outras vidas para sempre, como os
professores. Alguns deles recebem homenagens de ex-alunos que se demonstram
gratos pelos ensinamentos recebidos.
Dona Rose é uma dessas professoras que marcaram a
vida de muitos alunos. Pessoa feliz, de sorriso fácil, ela era vista com
admiração pelos alunos.
“Eu tive a honra de ser aluno dela. Hoje sou advogado.
Devo muito da minha vida ao que ela nos ensinou. Dona Rose não tinha mãos para
segurar bandeiras, uma só ou duas. Ela falava de mulher, negra, lutou contra
todo tipo de preconceito”, contou Leonardo Porto.
Professora na rede estadual há mais de 20 anos, Rose
trabalhava em Barra do Piraí, no Sul do estado. Ela morreu aos 66 anos, no
último sábado (16).
“A perda é difícil, mas a dona rose foi muito
significante na vida de muitas pessoas, de muitos alunos. Ela era muito feliz,
ela passava muita felicidade pra gente, muita garra. É difícil falar”,
enfatizou a física Munique Araújo.
Dona Rose se preocupava, ainda, com as causas sociais,
conforme destacam os ex-alunos.
“Ela tinha projetos de inclusão de gente negra. Ela
não deixava pessoas, principalmente da classe humilde, ficar pra baixo. Esse é
o legado que ela deixa”, disse o filho Uellington de Souza Pereira.
Outra professora vítima da Covid-19 foi a Sônia
Quintan, que vivia em São Fidélis, no Norte do estado, e também marcou a vida
de muita gente. Ela dava aulas de língua portuguesa, literatura e artes. Ela
também era mãe não apenas dos próprios filhos, mas de muita gente.
“Nós perdemos uma pessoa importante, que não só
exercia o papel de tia, mas era mãe. Era mãe dos seus alunos, era mãe das
irmãs, era mãe da nossa família”, contou a sobrinha Izabella Soares.
Sônia morreu aos 54 anos. Mas, ela segue viva nos
corações e nos versos que deixou.
“A cidade poema de sua poesia, em versos, tristes,
amanhece chorosa, em prantos de chuva pela perda irreparável pela sua
travessia”, releu a sobrinha.
Um outro professor e escritor vítima do coronavírus
que deixou saudades foi Marcus Vinícius Quiroga. Ele tinha 65 anos e morava em
Copacabana. A grande paixão dele sempre foi uma só: a palavra.
“Marcus deixou uma carreira linda, com mais de 26
livros publicados. Ele era a cadeira 7 da academia carioca de letras. Um legado
muito bacana, muita coisa incrível que ele deixou e que todo mundo vai poder
aproveitar bastante”, destacou a irmã Renata Quiroga.
G1/Norte Fluminense