O município do extremo sul capixaba registrou um índice de apenas 36,99% de isolamento social na quinta-feira, a pior taxa desde quando o isolamento social começou a ser monitorado
O município de Bom Jesus do Norte registrou, na quinta-feira (21), a pior taxa de isolamento de um município capixaba desde o dia 13 de abril, quando o Governo do Estado, em parceria com as operadoras de telefonia móvel, começou a monitorar a adesão dos capixabas à quarentena.
Segundo os dados mais recentes do painel de Isolamento Social, do Governo do Estado, o município do extremo sul capixaba registrou um índice de apenas 36,99% de isolamento social. O número está bem abaixo do considerado ideal pelas autoridades de saúde, de 70%, e até do mínimo recomendado, de 55%.
A média de isolamento de Bom Jesus do Norte, desde 13 de abril, também é a mais baixa entre todos os municípios capixabas: apenas 41,62%. Cachoeiro de Itapemirim, que na quarta-feira havia registrado o pior índice do Estado, conseguiu melhorar um pouco o isolamento e chegou a 41,94%. Quem também está com uma das piores taxas de adesão à quarentena é Colatina, que na quinta-feira registrou 41,85%.
Por outro lado, Águia Branca melhorou ainda mais o índice de isolamento e fechou a quinta-feira com 70,56%, pouco mais até do que o recomendado pelas autoridades de saúde. Pancas e Mantenópolis também ficaram bem próximos à marca dos 70% de isolamento: 69,15% e 68,22%.
Isolamento no Estado
Em todo o Espírito Santo, a média segue abaixo do mínimo recomendado pelas autoridades de saúde. Na quinta-feira, houve uma ligeira melhora em relação a quarta, mas ainda longe do ideal: passou de 47,33% para 47,63%.
O isolamento social foi um dos pontos mais abordados pelo secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, durante uma coletiva de imprensa, na manhã desta sexta-feira (22).
"Nosso isolamento social é insuficiente para vencer a pandemia. Conclamo que a sociedade se envolva, de maneira mais disciplinada nos próximos dias. Não queremos perder mais capixabas. Nós alertamos que, nesta quinzena, o interior passaria por um aumento nos óbitos, e está acontecendo. Estamos alertando que se o conjunto da sociedade não aumentar o isolamento social, em junho podemos ter que tomar medidas extremas no estado do Espírito Santo", disse.
Essas medidas extremas citadas pelo secretário podem envolver o bloqueio de ruas, fechamento pleno do comércio e paralisação de parte da indústria e do transporte coletivo. Segundo Nésio Fernandes, o chamado lockdown pode durar até 21 dias no estado.
"É preciso calibrar as medidas de distanciamento social. Se isso não ocorrer, as medidas extremas podem ser adotadas, reconhecendo risco extremo em várias cidades do Espírito Santo. É a possibilidade de fechar ruas, plenamente o comércio, parte da indústria e transporte coletivo por, pelo menos, 14 dias. Talvez 21 dias. Peço que o conjunto da sociedade se mobilize. O resultado não é individual, é coletivo", disse.
Folha Vitória