Homem morreu no local e teria dado motivos para que o policial que fez contra ele o disparo fatal acreditasse que estava prestes a sacar uma arma, embora estivesse desarmado, quando foi alvejado Com extensa ficha criminal, Daniel Coelho de Paula foi morto a tiro em Castelo, na tarde desta quarta-feira (13), após resistir a abordagem policial. Segundo a Polícia Militar, ele é suspeito de ter atirado contra o próprio irmão, na noite anterior. E teria dado motivos para que o policial que fez contra ele o disparo fatal acreditasse que estava prestes a sacar uma arma, embora estivesse desarmado, quando foi alvejado.
Para entender todo o contexto, é preciso voltar aos acontecimentos que antecederam a morte. Na manhã de quarta, por volta das 9h30, um morador do bairro Niterói acionou guarnição da PM que passava pelo centro da cidade em patrulhamento de rotina.
Relatou ter ouvido disparos de arma de fogo próximo à sua residência na noite anterior e ter visto Daniel Coelho de Paula se retirando do local em alta velocidade com uma bicicleta. Parte da ação foi registrada em vídeo, entregue aos policiais. No bairro Niterói, outro morador confirmou que Daniel efetuou os disparos, acrescentando que a vítima seria o próprio irmão do atirador. Não há informações sobre se este familiar foi ou não atingido.
O suspeito, no entanto, não foi encontrado. Os policiais decidiram consultar os sistemas integrados da Segurança Pública e receberam informações do serviço de inteligência da unidade de que Daniel possuía extenso histórico criminal, incluindo resistência à prisão e envolvimento em motins no sistema prisional, além de costumar andar armado, ter comportamento agressivo e envolvimento com tráfico, conforme registrado no boletim unificado (BU) sobre o caso.
Durante um segundo patrulhamento no bairro Niterói, por volta das 13h30, policiais em uma viatura depararam-se com Daniel transitando de bicicleta na Rua Dr. Adalton Santos. Neste momento, segundo relatam no BU, perceberam que ele carregava um volume na região da cintura.
Ao tentar realizar uma busca pessoal, ele desobedeceu à ordem de parada, fugindo pela passarela de pedestres. Dois cabos desembarcaram da viatura policial para realizar o acompanhamento a pé. O objetivo, asseguram, era "conter o suspeito, que representava risco iminente à sociedade castelense".
Diante da dificuldade enfrentada pelos militares, um motorista ofereceu auxílio a um dos cabos, permitindo que este entrasse em seu veículo particular para continuar o acompanhamento do suspeito.
Enquanto o outro policial seguia a pé, determinando que o suspeito se colocasse em posição de abordagem. Ele relata que Daniel resistiu, desferindo tapas na mão do militar e empurrando-o. Em uma tentativa de busca pessoal, Daniel novamente resistiu, levando a mão à cintura. Foi quando o policial efetuou um disparo com sua pistola Glock, vindo a atingir Daniel. O cabo enfatiza que agiu em legítima defesa diante da iminente agressão.
Após ser alvejado, Daniel caiu ao solo, soltando um objeto que estava em sua cintura. Só então foi possível perceber que se tratava de um aparelho de telefonia celular. O próprio cabo que desferiu o tiro solicitou socorro médico, mas quando a ambulância chegou, o suspeito já estava morto.
A perícia da Polícia Civil foi acionada, constatando o óbito no local. Os objetos pessoais de Daniel foram recolhidos pela perícia, juntamente com uma cápsula deflagrada. O comandante da 3ª CIA do 9° BPM, o subcomandante da tropa, além do delegado titular da delegacia de Polícia Civil de Castelo estiveram no local, acompanhando os trâmites da perícia.
Durante a confecção do boletim de ocorrência, o comandante da subunidade realizou o auto de apreensão do material bélico utilizado pelo cabo, que foi recolhido para as providências legais cabíveis. A bicicleta em posse de Daniel foi encaminhada para a delegacia de Polícia Civil de Castelo, permanecendo à disposição da autoridade policial.
Este incidente reforça a complexidade e os desafios enfrentados pelas forças de segurança no exercício de suas funções, destacando a necessidade de investigações detalhadas para apurar as circunstâncias e a legalidade das ações empreendidas. A Polícia Militar do Espírito Santo e a Polícia Civil asseguram que continuarão colaborando para esclarecer os fatos e garantir a transparência neste caso.
Jornal Fato