O concurso para sargentos da PMERJ, realizado neste domingo, no Engenhão, Zona Norte do Rio, foi marcado por confusão e falta de organização.
A prova estava marcada para 13h. Os portões abriram às 10h e fecharam uma hora depois. Segundo relatos de PMs, a maioria não foi revistada na entrada e os celulares não foram recolhidos, como deveria ser. Os policiais tiveram que aguardar por cerca de duas horas, no sol, o início da prova. Alguns contaram que não puderam se deslocar para onde havia sombra enquanto aguardavam o início do teste. Com isso, muitos passaram mal e chegaram a desmaiar antes mesmo de a prova iniciar. Ambulâncias que estavam no estádio socorreram os PMs no local.
De acordo com informações, o major responsável pelo Setor Sul prendeu mais de 40 candidatos que quiseram desistir do concurso por se sentirem mal com o forte sol, e impediu que deixassem o local. Os militares seriam do 8º BPM e 36º BPM.
Um PM que estava no local da prova, e pediu para não ser identificado, contou ao Blog que não houve qualquer supervisão após o início do teste. Os policiais podiam conversar, usar o celular, sem qualquer impedimento. Segundo ele, um candidato chegou a levar o cartão de respostas da prova para o banheiro. Outro fotografou a primeira página do teste, como mostra a imagem acima.
Alguns contaram que vão entrar na justiça pedindo o anulamento da prova, já que, quem se preparou e estudou, saiu prejudicado.
Em contato com a assessoria da PMERJ para confirmar os fatos e saber se é possível que o concurso interno seja cancelado, foi emitida a seguinte nota:
"A Polícia Militar realizou na tarde de hoje (07.06) o concurso interno para o curso de formação de sargentos, no Estádio do Engenhão. Cerca de 11 mil candidatos realizaram a prova. Alguns candidatos, alegando que estavam com calor em razão do sol, solicitaram desistência do concurso, o que foi garantido pela organização, desde que obedecida a regra de permanência mínima de uma hora após o início da prova. Todas as normas previstas no edital e amplamente divulgadas para os candidatos foram cumpridas. O comando da corporação publicou recomendações expressas aos candidatos, autorizando, inclusive, que levassem alimentação leve e bebida, em razão do tempo de duração da prova de quatro horas.
Desde 2006, a PM não organizava um concurso interno para sargentos, o que demandou grande mobilização de recursos humanos e materiais, representando o compromisso do comando com a meritocracia, um dos valores estratégicos da PM. Desde o início do processo de seleção, houve grande preocupação com a transparência e foram definidos critérios objetivos para garantir toda lisura no concurso. Como está previsto no edital, os candidatos têm direito a interpor recurso, caso se sintam prejudicados. O chefe do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças (CRSP) encaminha essa semana ao comando da PM o relatório de avaliação do concurso para análise dos incidentes pontuais reportados."
Luana Freitas/SRZD