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O anúncio de que o pagamento dos salários de fevereiro dos servidores estaduais foi feito nesta sexta-feira não acalmou os ânimos e o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Estado (Muspe) mantém a paralisação geral marcada para o período de quarta a sexta-feira da semana que vem.
Alzimar Andrade, diretor-geral do Sindicato dos Servidores da Justiça, e um dos líderes do Muspe, a paralisação é principalmente contra o Projeto de lei do governo que prevê a mudança da data de pagamento dos servidores para o 10º dia útil de cada mês.
“Neste mês foi no dia 11, mas vai haver meses em que vai cair no dia 17. As pessoas têm contas a pagar. No dia 17, vamos fazer uma grande manifestação em frente à Assembleia Legislativa para que não aprovem isso”, afirmou Andrade. Segundo ele, participam do movimento, servidores da Educação, Saúde, Segurança, Detran-RJ, Degase, DER e da Justiça.
Em pleno inferno astral, a 18 dias de completar seu 61º aniversário, no próximo dia 29, o governador Luiz Fernando Pezão enfrenta a cada dia mais pressão nas ruas devido à mais profunda crise financeira do estado da história recente. Nesta sexta-feira, professores estaduais decidiram manter a greve iniciada no último dia 2 e fizeram passeata da Tijuca ao Centro, apoiados por estudantes. Além disso, alunos realizaram protestos menores em diversas locais do estado, inclusive no Leblon, próximo à residência do governador.
Na segurança, policiais civis anunciaram um movimento de 72 horas, desta sexta-feira até segunda-feira, que suspende serviços que não sejam urgentes. Além disso, como O DIA mostrou na quinta-feira, a Polícia Militar enfrenta um recorde no número de pedidos de aposentadoria de PMs, muitos querendo antecipar o fim da carreira com medo de mudanças no regime de previdência dos servidores estaduais.
Os problemas não param na questão do pagamento dos servidores, que já prometem paralisação geral de quarta a sexta-feira da semana que vem. Até no abastecimento dos carros oficiais, a crise já chegou. Como também mostrou reportagem do DIA na quarta-feira, parte dos 17 mil veículos da frota do estado, com exceção dos serviços essenciais, como bombeiros e polícia.
Na tarde desta sexta-feira, os professores da rede estadual aprovaram a continuidade da greve e pedem 30% de reajuste salarial. “O movimento é contra o desmonte da educação que está sendo feito pelo governo. Não tivemos reajuste algum no ano passado”, afirmou Marcelo Santana, coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), que estimou que cerca de 5 mil estudantes e profissionais da educação participaram da passeata, que foi até a Central.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que a atitude dos profissionais, “no atual e conhecido difícil momento econômico do Estado, somente prejudica os alunos”. O texto informa que a adesão à greve continuou nesta sexta-feira em 3% dos 82 mil profissionais do estado. Já o Sepe diz que a mobilização atinge 70% dos professores da rede estadual.
O Dia