Um menino de Celina, distrito de Alegre, tinha o sonho de se tornar jogador de futebol. Um desejo comum em milhares de meninos Brasil afora, mas que poucos conseguem alcançar. Com talento e determinação Victor Juffo, filho de um casal de comerciantes locais, saiu de casa aos 15 anos e não parou mais. Hoje, aos 24 anos, é meio campo no Flamurtari, na Albânia.
Victor destaca o apoio que recebeu dos pais. “Eles me apoiam em tudo que fizer. Claro que é difícil ficar longe, pra mim ainda mais. Hoje estou há quase um ano sem vê-los, então é muito complicado, mas eles me apoiam. Sempre tive total apoio deles”, enfatizou o jogador, que tem Rivaldo como inspiração. “Ele é minha inspiração porque é um jogador da minha posição (meio campo) e com as mesmas características. Sempre gostei muito do estilo de jogo e do modo que ele jogava”, contou.
Trajetória
Victor começou jogando no Guaçuí Atlético Clube, uma escolinha de futebol no município vizinho. Também jogou em Alegre, pelo Comercial Atlético Clube.
Em 2009, teve a oportunidade de ir para o Clube Escola Jaguaré, no Norte capixaba. Foi lá que começou a jogar profissionalmente, se destacando na disputa da Copa Brasil Sub 17.
Apenas um ano depois, Victor foi jogar no Internacional de Porto Alegre e, em seguida, teve sua primeira experiência na Europa. Sem muito sucesso, o jovem regressou ao Espírito Santo, indo jogar no Rio Branco Atlético Clube, de Vitória.
Ele também jogou no São Paulo e no Bahia até ser contratado, em 2015, para jogar na Macedônia, onde ficou por dois anos. Em junho último, Victor foi transferido para o Flamurtari, time da primeira divisão da Albânia.
Para o futuro, o jogador tem planos de evoluir profissionalmente e conseguir um bom contrato com um clube de destaque da Europa. Ele tem o sonho de disputar a Liga dos Campeões da UEFA e de, um dia, voltar para um grande clube do Brasil, desta vez jogando profissionalmente.
Mudança
A mudança de idioma foi a principal dificuldade do jogador. “Minha maior dificuldade foi o idioma. No início foi o macedônio, agora o albanês, e claro, o inglês no meio disso tudo; porque em qualquer lugar da Europa é falado o inglês”,explicou.
Outra dificuldade sentida por Victor foi nos costumes e tradições. “A religiosidade também foi uma dificuldade. Aqui a maioria é muçulmana. Senti muita diferença também com a introdução da sopa na entrada de toda refeição. Foi difícil porque tomava a sopa e não tinha mais vontade de comer nada; e todo dia tem a sopa de entrada, depois salada e prato principal. Então era muita coisa pra mim que não estava acostumado”, relatou o jogador.
Minha vida aqui é bem normal, claro que tive que me adaptar com muita coisa diferente do Brasil mais é tudo normal, a comida é praticamente a mesma, não tem nada de muita diferença do Brasil não, mas a cultura, climas, o modo de vida que são diferentes o restante a mesma coisa do Brasil.
Amor
Entre a correria do dia a dia de um jogador de futebol, Victor conheceu, pela internet, Izabela Spala Ribeiro Torres Juffo, 22 anos, de Guaçuí. A conversa entre eles passou a ser cada dia mais frequente. Em uma das vindas do atleta ao Brasil, os dois se conheceram pessoalmente, começaram a namorar e se casaram. Ela largou tudo para viver com Victor na Europa.
“Minha esposa é de Guaçuí, casamos há seis meses. Um tempo atrás começamos a nos falar, nos conhecemos pessoalmente e aí foi tudo acontecendo”, contou Victor.
Para Izabela, a história de amor dos dois foi um presente de Deus. Ela conta que o acompanhava nas redes sociais e sempre admirou seu jeito humilde e batalhador. “Eu digo que sempre foi espiritual, pois sempre enxerguei ele, via fotos, do jeito que ele é atencioso, muito família, uma pessoa humilde, batalhadora; e quando tive a oportunidade de conhecer eu vi que ele era isso tudo e muito mais”, declarou.
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