"Aquilo que estiver no alcance do governo do Estado, o governo resolverá para que não haja punição àqueles policiais", ressaltou Casagrande
O governador eleito Renato Casagrande (PSB) e o futuro comandante-geral da Polícia Militar, coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça, prometeram nesta quinta-feira (22), durante o anúncio dos nomes dos chefes de polícia e de outros membros da próxima gestão, uma anistia aos PMs que respondem a processos administrativos devido à greve de 2017.
"A legalidade vai dizer. Se puder ser no conjunto, será no conjunto. Se o policial foi punido por aquele movimento de fevereiro, considerando o erro das duas partes (policiais e governo), o governo resolverá isso", afirmou Casagrande. "Aquilo que estiver no alcance do governo do Estado, o governo resolverá para que não haja punição àqueles policiais", ressaltou.
Quanto a quem já foi expulso da corporação, no entanto, o governador eleito disse que não há o que fazer, uma vez que o caso já estaria sob responsabilidade do Judiciário.
"O governador eleito já se posicionou desde a campanha, e hoje novamente, que será uma iniciativa do governo o processo de anistia. Como será esse processo ainda nós vamos discutir, temos que discutir com a área técnico-jurídica do governo porque, como ele mesmo disse, alguns já sofreram a exclusão e outros estão aguardando a conclusão do procedimento", afirmou o coronel Barreto.
Durante a campanha, ainda em agosto, Casagrande disse que pretendia rever, caso a caso, processos administrativos contra policiais relacionados à greve de 2017, quando estivesse caracterizada alguma perseguição política, por exemplo. Agora, fala em tratar da questão de maneira mais ampla.
PASSAR A BORRACHA, VIRAR A PÁGINA
"Ou nós fechamos essa ferida, ou a polícia terá dificuldade de ter motivação", declarou o governador eleito. Ele lançou mão de outras metáforas para ressaltar a necessidade de superar a greve da PM de 2017, como "passar a borracha" e "virar a página".
Mas o que isso significa na prática? "Significa compreender que houve erro da corporação, corporação não como instituição, mas de membros da corporação, que houve erro do governo e vamos ter que, a partir de janeiro, começar vida nova", respondeu Casagrande.
"O fato aconteceu, está aí registrado, aprendemos com ele e daqui para frente é virar a página e construir uma polícia diferente, mais motivada, se sentindo valorizada", emendou o coronel Barreto, em sintonia com o futuro chefe do Executivo.
REAJUSTE
A principal reivindicação do movimento grevista era o reajuste salarial para os policiais militares. Mas isso, por enquanto, não está no radar.
"O salário já foi melhor em outras épocas, em outros cenários econômicos. Estamos em uma crise econômica, que está passando, e isso vai ser algo construído na medida da capacidade gerencial e financeira do Estado", disse o futuro comandante-geral da PM.
Casagrande foi mais direto e disse que não há previsão de reajuste para servidores no ano que vem, nem mesmo reposição inflacionária.
CURRÍCULO
O coronel Moacir Leonardo Vieira Barreto Mendonça tem 44 anos. Formado em Direito pela Ufes. Concluiu o curso de Formação de Oficiais na Escola de Formação de Oficiais do ES. Pós-graduado em Direito Processual na FDV e também em Gestão Estratégica de Segurança Pública. Cursou Escola da Magistratura na Amages. Fez curso de especialização em inteligência policial na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Possui curso de Tiro Método Giraldi e Curso de Policiamento de Trânsito. Atuou muitos anos na Diretoria de Inteligência da PM e Subsecretaria de Inteligência da Sesp. Comandou os batalhões de Guarapari (10º BPM) e Serra (6º BPM). Atualmente exerce o cargo de Diretor de Finanças.
Na manhã desta quinta-feira (22), Casagrande também anunciou os nomes do chefe da Polícia Civil, da Casa Militar, do gabinete de governo e da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos.
Gazeta Online