Dezenove internos do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad), localizado na Pecuária, foram conduzidos à 134ª Delegacia de Polícia (Centro) após um princípio de rebelião na unidade, na manhã desta sexta-feira (21). O fato mobilizou diversas equipes da Polícia Militar (PM), que chegaram rapidamente ao local. Não houve feridos. Três maiores, de 18 e 19 anos, envolvidos no caso ficaram presos: dois por danos ao patrimônio e um por ameaça.
A rebelião foi iniciada por volta das 8h. Funcionários do Criaad teriam sido ameaçados de morte por dois internos: um maior e outro menor de idade. No momento em que eles foram retirar os rapazes da cela, os outros reagiram, quebraram cadeiras, tentaram derrubar grandes e atacar os agentes.
Os funcionários da unidade pediram apoio à Polícia Militar, que chegou em aproximadamente 30 segundos e conduziu os internos, com auxílio de micro-ônibus, à DP, onde a ocorrência está sendo registrada.
Em nota, o Degase informou que não houve rebelião no Criaad, e sim um “tumulto”. “Os adolescentes em conflito com a lei iniciaram um tumulto após saberem que dois jovens, que ameaçaram agentes socioeducativos, seriam levados para a delegacia. A situação foi controlada pelos servidores com o apoio da Polícia Militar e não houve nenhum ferido", informou o departamento. Ainda em nota, a unidade explicou que os jovens "vão responder a novo processo judicial, agora com ato infracional praticado durante o cumprimento da medida socioeducativa”.
Denúncia — Agentes do Criaad, que atende jovens infratores em regime de semiliberdade, criticam a falta de segurança a que se submetem durante o exercício de suas funções. De acordo com os funcionários, eles trabalham sem arma, ficam expostos aos riscos e temem represálias por parte dos jovens, principalmente após confrontos ocorridos no local.
Agentes denunciaram, também, a falta de infraestrutura das unidades do Departamento Geral de Ações Sócioeducativas (Degase), do qual faz parte o Criaad. Para eles, a realidade é de total abandono: mato alto, lixo espalhado e estruturas quebradas. “Parece que o Estado se esqueceu de todos nós. Parece que o Degase não existe, e ele é uma peça importantíssima da sociedade. Porque, quando o sistema socioeducativo não funciona de forma eficiente, ele devolve, para o Estado, adolescentes que não têm condições de conviver em sociedade”, declarou um dos funcionários.
Em relação às denúncias, o Degase não se posicionou.
Folha1