Aproximadamente mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em municípios do Noroeste Fluminense, devido às chuvas que atingem, desde a última quinta-feira (23), os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santos. Só em Bom Jesus do Itabapoana, mais de 500 pessoas sofrem com a cheia do rio Itabapoana, cuja cota de transbordo é 2,10 metros. De acordo com a última medição, feita às 8h deste sábado (25), pela Defesa Civil da cidade, o nível das águas está em 4,85 metros. Outro rio que transbordou na madrugada deste sábado foi o Carangola, em Porciúncula, com medição atual de 7,48 metros, totalizando 2,08 metros acima da cota-limite. Em Laje do Muriaé, a BR 356 e a RJ 116 estão interditadas devido a transbordamentos dos rios Glória, que ultrapassou uma ponte, e Muriaé.
Outro município que também segue em estado de alerta máximo é Santo Antônio de Pádua, pelo qual passa o rio Pomba, que transborda com 5 metros. A medição mais recente, às 9h, indicou que o nível das águas está em 4,70 metros. Até o momento, de acordo com a Defesa Civil de Pádua, não há famílias desalojadas e nem desabrigadas.
De acordo com o coordenador regional da Defesa Civil da Região Norte e Noroeste, coronel Joelson Oliveira, a previsão de chuvas permanece para todo o final de semana, mas sem intensidade.
— Os rios continuarão subindo porque ainda chove em Minas, e as águas tendem a vir para nossa região. Então, a Defesa Civil alerta para que as famílias fiquem atentas e procurem o lugar mais seguro. Cada Defesa Civil de cada município montou um gabinete de emergência e está auxiliando as famílias no que for preciso, disponibilizando caminhão para mudanças, retroescavadeira e colchões — informou Oliveira.
As alterações climáticas registradas em toda a região Norte e Noroeste Fluminense são reflexos da formação do Ciclone Kurumí, confirmada, nessa sexta-feira (24), pela Marinha do Brasil, com centro a 700 km de Arraial do Cabo. Na noite da última quinta-feira (23), o Centro de Hidrografia da instituição informou que foram observados ventos de 65 km/h associados à Depressão Subtropical em alto-mar. Ele segue se deslocando no sentido sul. Por superar 63 km/h, o fenômeno foi reclassificado e nomeado como Tempestade Subtropical, o que caracteriza um ciclone.
Folha1