Foto: Antonio Scorza/O Globo
O comércio de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, reabre nesta segunda--feira, após a prefeitura liberar a circulação de pessoas com um novo protocolo durante a pandemia do coronavírus. . As lojas só podem voltar a funcionar se seguirem todas as normas de higienização determinadas pela administração. Em entrevista ao jornal "Bom Dia Rio", da TV Globo, o prefeito Washington Reis assumiu que a responsabilidade por essa flexibilização será sua caso aumente o número de casos e mortes no município.
No entanto, o chefe do executivo também afirmou que é de responsabilidade da população colaborar e realizar as normas para que isso não aconteça.
— A responsabilidade é toda minha como prefeito. Também tenho responsabilidade com a arrecadação, que caiu pela metade. Se em junho eu não tiver arrecadação para pagar os médicos, não vamos ter médico nenhum, não adianta respiradores, não adianta leitos em rede hospitalar. Então estou fazendo com muita responsabilidade e olhando o aspecto financeiro para pagar o servidor público, para evitar uma greve em plena epidemia. Agora, o problema é meu de responsabilidade, mas o problema é nosso enquanto população. A população de Caxias está consciente, os comerciantes estão conscientes. Temos como retomar isso como fiscalização. O comerciante que não colaborar será lacrado e perderá o alvará, simples assim. Estamos chamando a população para responsabilidade — afirmou Reis.
O prefeito disse que determinou o retorno "com base no dia a dia". Mas, de acordo com dados da secretaria estadual do Rio (SES), no boletim de domingo, dia 24, Caxias tem 182 óbitos de pessoas por coronavírus, o que a torna a segunda cidade com mais mortes no estado, atrás apenas da capital. Em relação ao número de casos, o município ocupa a quarta colocação no Rio, com 1.184 pacientes.
— O sistema de saúde está dando conta. Em maio, vocês não noticiaram um caso de uma pessoa sofrendo. Nós não atendemos só Duque de Caxias, estamos buscando em Nova Iguaçu, São João do Meriti, Belford Roxo, Magé. Quando vocês falam que Duque de Caxias aparece como o segundo com mortes, numericamente é fato. Mas se ver a proporcionalidade, o Rio de Janeiro está morrendo o dobro proporcionalmente à população. A segunda cidade que mais tem mortes é Magé. Com relação à população, somos só a quinta cidade em óbitos — disse na entrevista.
— Gradativamente (a reabertura), seria devido à montagem de médicos. Hoje temos a flexibilidade. Não tivemos um paciente abandonado. Nós aprendemos com essa pandemia que o ingrediente principal para combater o coronavírus, descobrir e detectar a gravidade são com os tomógrafos. Teve dias em que fizemos mais de mil tomografias. Quando o pulmão está tomado em mais de 30% ou 40%, a gente logo interna para evitar que seja intubado, ou faz a medicação necessária — afirmou.
Determinações da prefeitura
Os comerciantes deverão seguir uma série de determinações da Prefeitura, entre elas, exigir dos clientes o uso de máscaras e fornecer os equipamentos aos funcionários. Os estabelecimentos que irão funcionar terão ainda que disponibilizar álcool em gel, além de limitar o atendimento ao público a 30% da capacidade de lotação.
Haverá ainda normas regulando a circulação dos ônibus municipais. As empresas deverão manter 50% da frota na rua para atender os cidadãos. Segundo a prefeitura, a nova determinação ocorre em virtude do aumento do número de leitos na cidade e da queda do número de atendimentos de pessoas com sintomas da Covid-19 nas unidades de saúde do município.
Leitos na cidade para o coronavírus
A Prefeitura ainda informou que inaugurou no último dia 4 de maio o novo Hospital Municipal São José, que é exclusivo para atender pacientes diagnosticados com o novo coronavírus. Segundo o município, a unidade de saúde tem disponíveis, atualmente, mais de 40 leitos com respiradores.
A prefeitura diz também que se prepara, ainda, para entregar à população, pelo menos, 56 leitos de CTI com a abertura do 4º andar do Hospital Municipal Doutor Moacyr Rodrigues do Carmo.
— Em Duque de Caxias, nós criamos uma estrutura de saúde, não é de hoje, não foi por causa do coronavírus. Em 42 dias, compramos e reconstruímos com equipamentos de última geração o hospital São José, com 128 leitos de CTI. E nós, até hoje, não chegamos a usar nem 70 leitos. Não é que abrimos gradativo não. Se tem 128 pacientes, teria ocupado 128 leitos — disse o prefeito ao "Bom Dia Rio", que completou:
— Nós aprendemos, com essa pandemia, que o ingrediente principal para combater o coronavírus, descobrir e detectar a gravidade são os tomógrafos. Houve dias em que fizemos mais de mil tomografias, quando o pulmão está tomado mais de 30% ou 40%, a gente logo interna para evitar que seja entubado ou faz a medicação necessária.
Jornal Extra