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Resíduo deve atingir Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo. Correntes marítimas, porém, evitariam contaminação no Rio
O avanço da mancha de óleo no litoral do Estado do Rio já deixa vários municípios em alerta. Depois de resíduos terem sido encontrados, na última sexta-feira, na Praia de Grussaí, em São João da Barra, a Marinha recolheu no domingo fragmentos em outras três cidades do Norte Fluminense. Foram localizadas pequenas amostras em São Francisco de Itabapoana (nas praias de Santa Clara e Guriri) e Macaé (Praia do Barreto), e um quilo em Quissamã (no Canal das Flechas). Segundo o oceanógrafo David Zee, da Uerj, a Região dos Lagos pode ser atingida nas próximas semanas.
No sábado, o Ibama confirmou que o óleo — cerca de 300 gramas — encontrado na Praia de Grussaí, em São João da Barra, é o mesmo que vem se espalhando no litoral do Nordeste desde o fim de agosto. A limpeza foi feita anteontem. Já os materiais coletados nos outros municípios fluminenses, conforme a Marinha, serão encaminhados ao Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) para análise e investigação da origem. "O material é tóxico e não deve ser manuseado ou tocado sem as devidas proteções", alerta o comandante da Defesa Civil de Quissamã, Marcos Alves.
David Zee, que já havia alertado sobre o risco de o óleo chegar ao Norte Fluminense em reportagem de O DIA, no mês passado, estima que há risco de Cabo Frio, Búzios e Arraial do Cabo serem atingidos até 15 de dezembro. A Costa Verde e a capital, segundo ele, não devem ser afetadas.
"O litoral brasileiro faz o sentido Norte-Sul até Cabo Frio, Arraial e Búzios. Depois, muda para Leste-Oeste. Então, até nesses três municípios existe a possibilidade de chegar. Isso está acontecendo na porta do verão e pode prejudicar a pesca e o turismo. Além do mais há substâncias cancerígenas no petróleo. Mas as correntes não ajudam a empurrar o óleo para Saquarema, Araruama, Rio, Baía de Ilha Grande e Sepetiba", avisa Zee.
O Dia
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