Não vou colocar meu funcionário a postos para ser agredido por um bêbado, drogado”. A gente não deixa de ganhar nada, muito pelo contrário. Estou planejando desde o início do mês, fechar os quatro dias de carnaval, porque os primeiros dias do ano foram complicados, foram só sucedendo um problema em cima do outro, eu pensei, se agora tínhamos famílias na cidade, imagina o carnaval que não é família.
Para que tanta gente, se não tiver condições de oferecer infraestrutura e segurança à sociedade e aos turistas? É um problema, a municipalidade tem alternativas, mas precisa de vontade. “No dia 17 de janeiro, o trio elétrico estava parado em frente ao Bar do Jonas e na frente da minha lanchonete havia um carro de som com todo volume ligado, espantando as famílias, com as músicas pornográficas e o uso de maconha”, desabafou Anderson Marconsini, proprietário de uma lanchonete na orla da praia.
A Reportagem começou por ouvir Anderson que teme pela vida dele e dos funcionários. Para ele, o carnaval será um transtorno, ainda mais porque não houve nenhuma reunião entre a Administração e os comerciantes para tratar do assunto.
“Nós já sabemos o perfil dos frequentadores do carnaval e não podemos confiar em quem deveria administrar e, junto à PM, garantir a segurança. O réveillon foi um pandemônio, imagine o carnaval? Só abrirei meu restaurante para o almoço, pois é muito mais seguro não abrir à noite e ter que ficar exposto aos vândalos que transitam livremente bêbados em seus carros e fazendo agrupamentos para acuar as pessoas. Tudo isso é lamentável e só denigre a imagem de Piúma”, assegurou Anthonio Magalhães.
O proprietário do Centro Comercial Praia Linda, na Orla da Praia, Geraldo da Silva foi categórico, afirmou que, os hóspedes da pousada reclamam demais do barulho e no posto, a comunicação é imprescindível com o barulho, ele não tem como atender aos clientes. “Se não tiver segurança não pode haver evento nenhum, especialmente carnaval, tanto para as pessoas que vão se divertir, como para nós que temos comércio. Até aceitamos o carnaval, contudo, se for àquela bagunça toda que foi o réveillon, ficamos preocupados, queremos primeiro uma Piúma melhor para nós, depois para os turistas”, disse.
A proprietária do Bar do Jonas, ao lado de Jonas, Keidma Thompson, foi sucinta: “Fica impossível trabalhar sem segurança. Tem de haver um planejamento, ou estaremos perdidos”, disse.
O sócio da Drogaria Guida, Valério Marconi, frisou que, no réveillon foi obrigado a suspender as entregas, pois estava impossível ouvir o telefone. “Se não tiver segurança, fica impossível trabalhar. A gente depende de telefone para as entregas e não ouvimos nada. O estresse é muito grande, o som fica praticamente dentro da farmácia. Eu espero mais fiscalização e efetivo da polícia. Não podemos ficar refém da insegurança. Tem que fazer um planejamento antes.”, criticou.
“No carnaval, se não tiver segurança é impossível abrir a noite, eu terei que fechar as portas, a insegurança é muito grande. No réveillon ficou impossível, eu tive que fechar as 23h00. Não tem como”, frisou Gustavo Jales, proprietário da Pizzaria Legusta.
“Nossa expectativa para o carnaval é a melhor possível, vamos trabalhar e atender o nosso público, que é diferenciado, e reforçar a segurança para garantir que tudo corra bem. Estamos assumindo agora e para nós é tudo muito novo, será uma experiência, e estamos nos preparando para que seja perfeita, nossa maior preocupação é com os carros de som. Se houver segurança, será muito bom”, afirmou Guilherme Pinheiro Trés, do Restaurante e Pizzaria Ancoradouro.
O presidente do Conselho Interativo de Segurança de Piúma, Jorge M. Mateus, salientou que, vários estabelecimentos reclamaram da insegurança, e que é necessário planejar melhor para o carnaval, pois os estabelecimentos mais movimentados no verão não podem fechar as portas por esse motivo. “Do jeito que está não pode continuar a situação”.
Cortes diminui número de efetivo
A Reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança do Estado, questionando sobre a segurança em Piúma, expôs a demanda. Entre os questionamentos, perguntou sobre a possibilidade da inauguração da Delegacia de Polícia Civil que se encontra pronta. A assessoria de imprensa da Secretaria informou que, cabia a outro setor responder a demanda. A reportagem tentou, mas não conseguiu retorno.
Sobre a delegacia, a reportagem comentou que, a Civil de plantão desafogaria o trabalho da PM, que não precisaria se ausentar da cidade em caso de flagrante delito para Itapemirim, com isso, o efetivo não ficaria desguarnecido.
Sobre o número de policias, a Assessoria informou que, ao todo, 2.750 policiais militares e civis irão reforçar a segurança da população durante a Operação Verão, que terá início no dia 26 de dezembro. Com a chegada da estação mais quente do ano, o número de turistas e a movimentação nas praias capixabas aumentam, por isso a necessidade de reforçar o atendimento policial nas ruas e nas delegacias de todo o Estado. O reforço segue até o dia 22 de fevereiro de 2015.
A Polícia Militar contará com um reforço de 750 militares que serão responsáveis pelas ações de segurança nos balneários. O policiamento será realizado com policiais a pé, em bicicletas, viaturas, motos e a cavalo, além de operações em todas as regiões.
Já o subcomandante, Rogério da PM, em Piúma, informou que, as blitz vão continuar a todo vapor e que carros de som já era. Ele sugeriu juntamente com a Administração a possibilidade de limitar o estacionamento na orla da praia, pois teme que com a aglomeração de veículos e pessoas, a PM possa ter dificuldades de chegar até o local da ocorrência.
ESPIRITO SANTO NOTÍCIAS