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O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, cortou R$ 1,6 bilhão em gastos, e, para fechar o caixa de 2015, precisa cortar mais R$ 2,8 bilhões. O chefe do executivo fluminense já decidiu aumentar o ICMS, e pretende cortar mais R$ 1,5 bilhão entre custeio e pessoal terceirizado, fatia maior do que o orçamento da Polícia Civil em 2015), que foi R$ 1,4 bilhão. Ele se viu numa situação delicada no final de 2015, sobretudo em relação ao funcionalismo e a área de saúde, por dois motivos: a crise financeira nacional e por não ter feito o dever de casa no início do mano, quando, por exemplo, a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, já adotava medidas para cortar despesas, inclusive reduzindo o próprio salário e de secretário e cargos de confiança(DAS).
Nos próximos dias, o Governo do Estado deve anunciar medidas para apertar conter mais despesas, como a extinção de 20 empresas e autarquias, a redução de contratos com Organizações Sociais (OS) e o corte de carros e celulares de seus secretários e assessores. Ao Globo, no Palácio Guanabara, Pezão falou sobre suas estratégias para enfrentar a crise econômica, que chegou a paralisar o funcionamento de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Rio.
Questionado se o corte de gastos prevê a extinção de secretarias, Pezão afirma que algumas serão extintas já neste mês. “Vamos começar pelos terceirizados, contratos de serviços, gratificações especiais. Vou mexer nas terceirizadas, nas OS, diminuir bem o corpo de serviços. Tem que cortar, não tem jeito. O estado tem de caber dentro de sua arrecadação”.
“A gente gasta hoje cerca de R$ 70 milhões por ano de aluguel. Eu quero ver se centralizo isso tudo e racionalizo. Estou vendo um grande prédio, um centro administrativo do estado, com todas as secretarias, racionalizando assim os serviços de segurança e limpeza. Também estou cortando os carros dos secretários, celulares, serviços de telefonia. Estamos vendendo aquele antigo helicóptero do Brizola, e passamos alguns (helicópteros) para as polícias Civil e Militar”, observou.
Segundo ele, ficarão três helicópteros “à disposição do governo do estado”. “Vou ver se vou vender dois ou três. Tem um banco de imóveis no Rio Previdência e tem mais os (imóveis) do metrô que a gente está vendo como liberar, porque eles estão garantindo hoje passivos ainda da época da privatização. Mas há cerca de 300 terrenos que eu quero vender, ou usá-los como garantia para fazer a Linha 2 (Estácio-Carioca-Praça Quinze) ou como forma para reforçar o caixa” acrescentou.
Razões da crise
Questionado sobre os motivos da crise econômica no Rio, Pezão falou sobre o preço do petróleo. “Nós mandamos o orçamento com o barril (de petróleo) a US$ 115 e estamos recebendo repasses com o barril a US$ 36. As pessoas falam que o Rio tem que tirar essa dependência do petróleo, fazer biomassa. E como é que se tira? Não é num estalar de dedos. A gente fez o dever de casa. A gente atraiu a indústria siderúrgica, a Votorantim, a CSA. A automobilística, com a Nissan, a Volvo, a Land Rover, a Jaguar, a Peugeot-Citröen. E ainda teve vinte e poucas empresas que se instalaram ao longo do Arco Metropolitano”, disse.
“Não estou jogando a culpa só no petróleo. Esta é uma das causas. A outra é a Petrobras. Porque se ela puxa o Brasil para baixo, imagina o Rio. Os royalties representam R$ 2 bi, mas a atividade petróleo, esta representa uns R$ 6,5 bi. Nós somos muito dependentes do petróleo, e tirar essa dependência não é fácil. O setor responde por 33% do PIB do estado. Isso é mortal para o Rio e é mortal para o País”, complementou.
Questionado sobre o que planeja mudar na Saúde, Pezão foi taxativo. “Vou discutir com o Ministério da Saúde e o prefeito. Eu tenho que discutir com eles o Samu. O Rio de Janeiro é o único estado que faz Samu. No restante do País, isso é atribuição das prefeituras. O que for do estado eu vou fazer, e quero saber o tamanho que eu posso ter. E o que for serviço da prefeitura, que ela assuma”
Brasil 247/Campos 24 Horas