Casos incluem bolas luminosas que cortam os céus e presença de criaturas na localidade
Há algo de incomum nos céus de Vila Nova de Campos e não seria deste mundo, pelo menos segundo alguns moradores do distrito localizado ao norte do município. No local há relatos de bolas de fogo, luzes que piscam e cortam o firmamento à noite e também de seres cuja forma não é humana. Esses “avistamentos” — termo técnico usado para tais situações — são mais comuns em Campos do que se imagina e isso está atraindo os olhares de ufólogos do país para a cidade.
Foi na fazenda Pedra D’água, em Vila Nova, que o trabalhador rural Clovis Ferreira da Silva, 61 anos, avistou uma bola de fogo várias vezes nos últimos 17 anos. Seu último avistamento foi há cerca de dois anos. Segundo o morador, o fenômeno extraterrestre aparece sempre no início da noite, logo após o pôr do sol, em direção ao poente. O tamanho é comparável a como vemos a Lua, mas a bola de fogo faz movimentos elípticos lentos e some sempre nas proximidades de umas pedras, onde nos últimos meses várias árvores apareceram mortas e caídas no chão.
“No princípio, eu achava que era a ‘Mãe do Ouro’, como minha mãe sempre disse. Mas agora penso que realmente é algo extraterrestre. Tem morrido muita árvore de forma misteriosa onde a bola aparece e acho que uma coisa tem a ver com a outra. Teve um dia que eu e outro amigo ouvimos uma explosão e avistamos duas bolas brilhantes ao mesmo tempo. Então corremos para conferir, mas acabou sumindo tão de repente quanto apareceu”, narrou Clovis.
O avistamento do aposentado Luiz Cláudio Clemente Ferreira, 45 anos, foi mais recente. Há cerca de quatro meses, a mesma bola de fogo, no mesmo local, foi vista por ele e a esposa. O horário também era o começo da noite e o fenômeno sumiu em direção às mesmas pedras que ficam no vale de árvores mortas, em um local de difícil acesso visitado pela equipe de reportagem do Jornal Terceira Via.
“A luz saiu do chão, veio girando e ganhou altura. Cheguei a achar que era alguém balançando uma lanterna, mas logo ficou parecida com uma bola de fogo. Ela continuou girando por mais alguns segundos e sumiu”, contou Luiz Cláudio.
Ufologia
Os episódios de Vila Nova de Campos estão sendo acompanhados pela ufóloga campista Danielle Pedra, que fundou o grupo UFOs Norte e Noroeste Fluminense. Ela foi até o local, filmou a história dos avistamentos e publicou os vídeos no Youtube, divididos em três partes. Até a última terça-feira eles tinham alcançado 3.565 visualizações. Danielle explica que a conclusão do caso ainda depende de uma série de laudos de biólogos, físicos e geólogos que ela aguarda para saber, por exemplo, o motivo da morte de tantas árvores em um só local.
“Sabemos que 90% dessas histórias são falsas. Por isso, é necessário fazer uma triagem bem minuciosa sobre cada situação e um trabalho de investigação muito sério. O que chama a atenção no caso de Vila Nova é o fato de ter o mesmo padrão. Há esse mesmo relato em vários lugares do mundo”, esclareceu Danielle.
Mãe do Ouro
A lenda da Mãe do Ouro, que existe no Norte do município e em outras regiões do país, envolve sempre a mesma história: uma bola de fogo que corta o céu à noite. Mas, de acordo com Danielle, a ufologia trata esse folclore como Objeto Voador Não Identificado (OVNI).
Quando o assunto é OVNI, ufólogos divergem das Forças Armadas Brasileiras, que também monitoram esses fenômenos. “Para eles (Forças Armadas), um OVNI é tudo aquilo que o radar não capta. Para a ufologia, OVNIs são bolas de luz que nada têm a ver com fenômenos naturais, que não se consegue identificar e que fazem movimentos elípticos e inconstantes”, explicou a ufóloga.
Outras histórias
Histórias envolvendo experiências extraterrenas em Campos não estão restritas à localidade de Vila Nova e acontecem com frequência, conforme revela a ufóloga Danielle Pedra. Há casos em vários pontos do município. “O número de relatos na cidade está acima da média. Por isso, pedi a ajuda de outros ufólogos para que eles possam me ajudar na investigação”.
Ainda de acordo com Danielle, há em Campos informações que vão desde visões de sondas extraterrestres a queda de disco voador, além de seres que não têm forma humana. Uma das histórias dá conta de um ser que tem formato parecido com um cachorro, de médio porte, mas que levita. “Outra pessoa disse que teve contato com um ser com aparência de lagarto no Jardim Carioca”.
Jornal Terceira Via/Thiago Gomes