Rita, de 36 anos, acompanhou a luta do marido diagnosticado com leucemia. Mulher batalhadora e de fé, ela não fraquejou. Se despindo da vaidade, prometeu raspar os cabelos, se o marido vencesse a batalha contra o câncer. Hoje, dois anos depois, cumpriu, sorrindo, o que prometeu. Está careca e muito, muito feliz.
A vida de Rita de Cássia dos Santos, de 36 anos, era tranquila até dois anos atrás. Tudo mudou, em junho de 2014, quando o marido, José Lúcio, então com 59 anos, foi diagnosticado com leucemia. “Nossa vida virou uma loucura”, lembra ela.
Segundo Rita, a doença pegou todos de surpresa. José Lúcio, que é advogado, ficou bastante abatido, quando soube que a medicação da qual precisava não era regularmente fornecida pelo SUS. Ela chegou a querer vender o carro, mas isso só daria para, no máximo, três meses. “O remédio é muito caro, R$12 mil por mês. As pessoas pensavam que, por ele ser advogado, o meu marido, seria fácil, mas seria muito difícil pra gente”, conta. A alternativa seria entrar na justiça para garantir o tratamento. “foi nessa hora que meu marido desanimou. Ele pensou: vou morrer, porque isso não vai ser rápido”, desabafa. Rita não aguentou ver o marido perder as esperanças. Sem se deixar abater, deu forças a ele, para brigar pela medicação, e, em segredo, fez uma promessa: rasparia a cabeça se ele ficasse curado. “Nunca deixei ele perceber como tudo aquilo me afetava. Meus momentos de desabafo eram sozinha, no banho”, conta ela.
A ideia da promessa veio da nova perspectiva com que passou a encarar a vida. “Eu ia no salão e via as mulheres pedindo pra cortar apenas um dedinho de cabelo, com pena, e, ao mesmo tempo, comecei a ver crianças, no hospital, em Cachoeiro, que tinham câncer, super felizes por ganhar uma peruca”, diz. “Minha promessa foi para mostrar para as pessoas que fé é tudo e que o amor pela família é primordial”, completa.
No último dia 15, Rita cumpriu a promessas. Dias antes, acompanhando o marido a uma consulta, receberam a boa notícia, a leucemia havia sido vencida. “Fizemos uma reunião de amigos, lá em casa. Cada um cortou um cacho, foi um momento especial, emocionante”, lembra.
O vídeo, do encontro de amigos em que Rita raspou a cabeça, foi postado nas redes sociais e o resultado não poderia ter sido melhor. “Num momento em que a gente vê coisas bem ruins na televisão todos os dias, ler os comentários e as mensagens que recebi, a quantidade de curtidas, fiquei impressionada com a bondade do ser humano”, se emociona.
Essa mudança na vida da família de Rita fez com que ela mudasse além da vaidade. Ela agora é doadora de órgãos. “Antes, eu falava que não. Dizia que não queria, era mesquinha. Agora, estou fazendo todos os exames. Quero ser doadora de medula, de órgãos, de sangue. Do que puder, para ajudar quem precisa”, fala.
A atitude dela contagiou também a filha, Lívia, de 15 anos. A jovem que, a exemplo da mãe, tinha os cabelos longos, não chegou a raspar a cabeça, mas cortou os cabelos curtos e também doou para pacientes com câncer.
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