O prefeito de Apiacá, Fabrício “do Posto” Gomes Thebaldi (PP), que assumiu o município no dia 1º de janeiro, encontrou uma situação de quase calamidade na administração. Apesar de ter a cautela de dizer que a contabilidade ainda está sendo apurada, porque as contas dos últimos meses da administração passada são feitas agora, para serem publicadas, Fabrício acredita que a dívida deixada deve ficar acima de R$ 1 milhão.
Ele afirma isso, porque tem conhecimento que o restos a pagar, deixado pelo ex-prefeito,vai ficar em R$ 758 mil, sem contar o que ainda não foi contabilizado. “Com certeza, ele deixou menos dinheiro do que vai ser preciso pagar, por isso, não descarto a possibilidade de fazer uma auditoria”, afirma.
Ele também conta que a cidade estava imunda, porque o lixo não vinha sendo recolhido e as ruas não eram varridas. Por isso, sua primeira ação foi limpar as ruas da cidade. Mas está precisando utilizar um caminhão caçamba para o recolhimento do lixo, porque o caminhão compactador do município está quebrado.
Aliás, o que não falta são veículos quebrados no almoxarifado da prefeitura de Apiacá. Funcionando, mesmo assim de forma precária, o município tem apenas um trator, uma retroescavadeira, dois carros, o caminhão caçamba e uma moto. “Duas pás carregadeiras estão em Cachoeiro, quebradas, e os ônibus escolares não tem nenhum bom. Vou ter que resolver a situação antes de começar o ano letivo”, afirma o prefeito.
Saúde
Outra área que a administração afirma ter encontrado abandonada é a da Saúde. “Não há exames, nem medicamentos básicos e, no Hospital José Monteiro (instituição filantrópica que recebe repasses da prefeitura), não havia nada, nem esparadrapo ou gaze, por isso, conseguir repassar R$ 3 mil, para que possam ser comprados, pelo menos, medicamentos básicos”, conta o prefeito Fabrício. Ele adianta que pretende aumentar o repasse para o hospital, que era de R$ 80 mil na administração passada. Além disso, o prédio do hospital apresenta infiltrações e a proliferação de cupim, sem contar a falta de limpeza adequada, o que foi regularizado pela nova direção da instituição.
Na Educação, a atual administração está precisando realizar reformas em várias escolas, inclusive, nos telhados de algumas delas. A escola Casinha Feliz, que atende as crianças das primeiras séries do município de Apiacá, está passando por uma grande reforma, porque apresenta vários problemas em sua estrutura, inclusive, na escada que dá acesso ao segundo pavimento, onde as crianças brincam próximo a uma grade que não oferece a menor segurança. Os brinquedos estão quebrados e oferecem risco, com vergalhões expostos.
O município também tem obras inacabadas e bloqueadas pelo Ministério Público, sob a suspeita de superfaturamento. Este é o caso de uma praça, que parece mais um calçadão, na entrada da cidade, que esta orçada – conforme divulgado na placa da obra – em mais de R$ 456 mil. Perto, também há a obra de uma praça de esportes, com quadras de areia e outros equipamentos que também está bloqueada. Inclusive, a informação do município é que, nesta paralisação, a prefeitura perdeu 150 sacos de cimento, que ficaram guardados e viraram pedra. Também próximo, há um ginásio de esportes completamente abandonado e vandalizado que, segundo moradores e pessoas da administração, está servindo para usuários de drogas. No local, a sujeira impera, com banheiros depredados e fedendo.
De dentro deste ginásio é possível ver três veículos abandonados, entre eles uma ambulância, no meio de um grande matagal que – acreditem – fica nos fundos e do lado da sede da Estratégia Saúde da Família (ESF) José Carlos. Aliás, a ESF é um exemplo da situação das outras existentes em Apiacá, repleta de infiltrações, o que impede seu funcionamento e atendimento básicos.
Providências
O prefeito Fabrício do Posto revela que já começou a tomar providências para tentar melhorar a situação que encontrou, começando pelo corte de gratificações e horas extras que considera indevidas. “É um festival. Tem uma porção de servidor fazendo 40 horas extras por mês, além de horas de descanso remuneradas. Temos que rever isso”, destaca. Ele também suspendeu todos os contratos, para análise, e pagamentos por RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo). “São mais 60 profissionais recebendo por RPA, na saúde, lembrando que o pagamento com RPA não incide sobre o índice da folha de pagamento, que já estava acima do limite que permite a lei, na administração passada”, pontua.
Fabrício afirma que pretende realizar um processo seletivo, nas áreas da Saúde e da Educação, e sua maior prioridade é aumentar o repasse para o hospital da cidade, além da melhoria de sua estrutura, o que também pretende fazer nas escolas do município, e de investir na capacitação dos servidores. “Vou também, é claro, providenciar o conserto dos veículos e máquinas, e não permitir o uso de fora do horário de serviço. Eu estou usando meu carro particular para trabalhar, porque o gabinete não tem carro”, conclui.
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