Rogério Costa de Almeida, 34 anos, confessou o crime que vitimou a advogada Gabriela Silva, 24 anos
Preso enquanto estava dormindo na noite desta quinta-feira (24), o acusado de matar a ex-noiva com a ajuda do amigo, o estudante de Direito Rogério Costa de Almeida, 34 anos, prestou depoimento à polícia na manhã de hoje na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Para fazer o crime parecer um acidente, os assassinos passaram com o carro por cima do corpo da vítima.
Segundo informações da DHPP, a advogada Gabriela Silva, 24 anos, que atualmente trabalhava como operadora de Telemarketing, saiu de casa para ir para o trabalho por volta das 11h desta quinta. Quando seguia para o ponto de ônibus, na altura de Laranjeiras, foi abordada pelo ex-noivo, que dirigia um Fiat Idea, acompanhado do amigo, o motorista Alexandre Santos de Souza, 31 anos.
Alexandre, que teria usado uma arma falsa para render Gabriela, obrigou-a a entrar no veículo. Segundo o depoimento de Rogério, eles ficaram circulando com vítima durante o dia. Entre as 19h e 20h, Gabriela foi deixada no início da Rua Monte das Oliveiras, em Colina de Laranjeiras, na Serra.
Após sair do carro, segundo disse o ex-noivo em depoimento, ela teria começado a gritar por socorro. A dupla de amigos abordou a vítima novamente, colocou ela de volta no carro e esganaram Gabriela. O corpo dela foi jogado na mesma rua. Para simular um acidente, Rogério deu ré no carro e passou com o veículo sobre o corpo da ex-noiva.
Após o crime, a dupla fugiu, mas o pneu do carro furou e os amigos abandonaram o veículo. O carro foi encontrado em Viana.
Por volta das 21h30 a perícia da Polícia Civil foi acionada e constatou que a advogada tinha sido estrangulada. A partir disso os policiais iniciaram diligências com base em informações de testemunhas do crime.
Rogério foi encontrado em casa na Serra, dormindo, e não resistiu à prisão. Ainda no local ele entregou a participação de Alexandre, que também foi preso em casa, em Vila Velha.
Crime passional
Questionado pela polícia sobre os motivos de ter cometido o crime, Rogério afirmou que a vítima estaria debochando dele. No entanto, a polícia afirma que ele assassinou a ex-noiva por não aceitar o término da relação.
Mais um caso de violência contra a mulher
O assassinato de Gabriela acontece na semana em que é realizada a 8ª Semana Nacional da Justiça pela Paz em Casa, que discute a violência contra a mulher.
A Campanha acontece neste mês, agosto, em que a Lei Maria da Penha completa 11 anos. A Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006, leva o nome de uma mulher símbolo do combate à violência doméstica, a biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que sobreviveu a duas tentativas de assassinato praticadas pelo então marido.
A legislação criou mecanismos para coibir a violência doméstica, proibiu a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, aumentou a punição para os casos de violência doméstica e possibilitou a concessão de medidas protetivas de urgência às vítimas de agressão.
Seminário
A Rede Gazeta realiza na tarde desta sexta-feira (25) o seminário “Justiça pela Paz em Casa” para debater as medidas de combate a violência doméstica no Espírito Santo. O encontro abre com um diagnóstico com números de violência no Estado e os casos registrados na delegacia da mulher.
Violência contra a mulher: até quando?
Na manhã desta sexta-feira (25), a repórter Laila Magesk conversou com a psicóloga Adriana Müller sobre o grande número de mulheres mortas em crimes passionais, como identificar um parceiro agressivo e como se proteger.
Fonte: Gazeta Online