Emoção e revolta marcaram o velório e sepultamento do policial civil Elias Borrete Mariano, 50 anos, morto com oito tiros na madrugada de sexta-feira, dentro de sua casa, enquanto dormia, em Cachoeiro de Itapemirim.
O corpo de Elias foi velado na Câmara Municipal de Muqui durante a noite e madrugada. Pela manhã, foi realizado um culto e logo em seguida o caixão seguiu em cortejo para o Cemitério de Mimoso do Sul, onde foi sepultado por volta de 9h40.
O motivo principal da revolta de familiares e amigos é que, segundo investigações, a morte do policial foi arquitetada pela própria mulher Cristiane Caldeira Borock, 37, com a ajuda do amante Giovanni Gama de Oliveira, 38, que contratou o executor, que seria Felipe Barbosa da Silva, 19.
Amigos e familiares não esconderam a revolta. “Infelizmente há pessoas que não pensam no que fazem e prejudicam a quem não merece. Elias era um homem muito bom, nunca teve problema com ninguém”, disse a prima, a costureira Ruth Mery Florindo Dias.
Os filhos de Elias – uma menina de 22 anos e dois rapazes de 20 e 24 – foram ao velório e estavam muito abalados. O policial também tinha uma menina de 5 anos com a atual mulher, que está presa, assim como os outros dois acusados.
“Não sei porque aquela mulher fez isso com ele. Estamos desesperados com a perda, não tenho palavras para expressar, somente Deus para nos confortar”, lamentou a sobrinha Adriana de Oliveira Fulgoni, 49.
A passagem pelo centro de Mimoso do Sul, com dezenas de viaturas com giroflex ligado, chamou a atenção dos moradores. Abalados, vários policiais choraram.
A prima Dorca Florindo Dias, 53, também demonstrou tristeza e indignação: “Era uma pessoa maravilhosa, muito ligada à família. Não merecia. Isso que ocorreu foi horrível. Todos estão revoltados”.
O investigador aposentado Norival Elias Ribeiro, 57, foi amigo de Elias desde à época em que os dois trabalhavam na PM. “Era um dos policiais mais honestos, mais amigos, companheiro e leal”, explicou.
A ex-mulher de Elias, a vendedora Beatriz Vieira, 42, foi ao velório e elogiou o ex-marido.
“Um homem tranquilo, excelente pai. Mesmo separados, nós tínhamos respeito um pelo outro. Não é porque deu errado comigo que iria ser inimiga. Ele e a mulher foram lá em casa algumas vezes. Levava a filhinha deles”, disse Beatriz, que teve dois filhos de 24 e 20 anos com o policial.
Ela contestou a alegação da atual mulher de que Elias a agredia: “Isso não é verdade. Ele a tratava como uma rainha. Sempre foi uma excelente pessoa, calma, prestativa, tinha boca e não falava”, afirmou.
MimosoNews