No mundo ideal, os apaixonados por cães acolheriam todos os bichinhos que encontrassem abandonados pelas ruas, certo? Mas infelizmente, em alguns casos, isso não é possível. Seja por questões financeiras, falta de espaço, ou outros problemas.
A falta de controle populacional de cães pode aumentar, consideravelmente, o número de animais que são abandonados. Aliás, a prática é considerada crime ambiental e é preciso denunciar. Muitos animais são largados em portas de hospitais veterinários ou pet shops.
A Petz, rede de lojas do segmento, por exemplo, realiza feiras de adoções periodicamente. No ano passado, de acordo com levantamento da empresa, foram adotados 5.198 cães e gatos, uma média de 108 por semana. Desde 2017, esse número já passou de 30 mil.
A veterinária Priscila Zanotti avalia que o controle populacional está sendo intensificado através da castração. “Houve até o desaparecimento das carrocinhas. Mas em bairros mais periféricos da cidade, a castração não é realizada com frequência”, avalia a profissional.
Mas o que fazer ao encontrar um cão aparentemente abandonado na rua? Levar o animal a um veterinário deve ser o primeiro passo. “A princípio, a pessoa pensa em levar o cachorro para uma ONG. Acontece que as instituições estão com superlotação e, muitas vezes, não têm como ficar com o animal. O ideal é levar para um veterinário, que fará a castração, controle de pulgas, carrapatos e vacinação. Assim, a ONG consegue colocar na feirinha”, afirma Priscila – responsável pelo projeto Adote Petz, que tem parceria com 18 ONGs que promovem eventos de adoção.
E para quem não tem dinheiro para arcar com todos esses custos iniciais? “A pessoa pode levar o cão para um hospital público de São Paulo ou procurar as clínicas de bairro, que têm preços muitas vezes mais acessíveis. A Prefeitura de São Paulo também faz mutirões de castração gratuitos para a comunidade. E, no mesmo dia, disponibiliza a vacina antirrábica”, informa a veterinária.
Nesta quinta-feira, 4 de outubro, é comemorado o Dia de São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais. Mas também é comemorado o Dia do Cachorro. Priscila tem experiência em lidar com animais abandonados. “Eles chegam assustados, às vezes chegam a ser agressivos por causa do medo. De repente, esse animal vai para um abrigo com cem, trezentos animais. A chance dele sair do abrigo é mínima. As pessoas ainda querem um filhotinho”, afirma.
Os animais que são mais agressivos podem passar mais de dez anos a espera de um novo lar. E muitas vezes não conseguem. Algumas ONGs estão investindo no recrutamento de adestradores para mudar o comportamento dos cachorrinhos. “Dentro da Petz fazemos um trabalho para incentivar adoção de cães adultos, inclusive com necessidades especiais”, relata a veterinária.
Há casos em que os cães não foram abandonados, mas estão perdidos de seus donos. Como fazer para ajudar esse reencontro? Há quem publique foto dos animais nas redes sociais em busca de informações. Porém, Priscila explica que há uma maneira mais assertiva para identificar o cão: “Dá para identificá-lo através do microchip. Existem dois bancos de dados no Brasil, um da Prefeitura de São Paulo e outro da Abrachip”.
Somente veterinários cadastrados e autoridades em saúde animal têm acesso às informações dos donos e poderão promover o reencontro. Outra dica importante é manter a coleira do cão com nome do animal e telefone para contato, caso ele se perca.
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