Viagem planejada, casa alugada, malas feitas, família na estrada. Tudo contribuiria para as férias perfeitas de uma família mineira, não fosse a surpresa que os aguardava após 10 horas de viagem. Uma moradora de Minas Gerais que preferiu não se identificar entrou em contato com o Portal 27 afirmando que ela e sua família foram vítimas de um golpe nesse verão.
Segundo a mineira, ela e sua família estavam olhando a possibilidade de alugar um imóvel para passar uma temporada de dez dias em Guarapari, quando seu irmão viu uma bela casa na OLX. “A casa era, por sinal, muito boa, bem perto da Avenida Praiana, próxima ao mar. Meu irmão entrou em contato com o moço e foi conversando com ele por telefone, por e-mail e fechou o valor de R$3.600,00. Aí ele falou que meu irmão tinha que depositar 50%, e o depósito foi feito no dia 4. Ele fez um contrato, passou para o meu irmão. No princípio nós não observamos muito as cláusulas, ele não pôs nada no contrato que nós costumamos ver, mas a vontade de ir para a praia era tão grande, que você já viu, sabe como é”, afirmou a mineira.
A vítima do golpe disse que chegou a desconfiar de algo, porque com a proximidade do dia da viagem (11 de janeiro), seu irmão começou a ligar para o rapaz desde o dia 8 e ele não atendia, nem respondia aos e-mails enviados. “Meu marido falou: gente, tem alguma coisa errada, pode ter um golpe por trás disso. Então meu marido entrou em contato com a companhia elétrica para averiguar a conta de energia, se existia aquela casa naquele endereço. Tinha a casa, era a mesma casa, porém o número de inscrição da conta de luz não batia, não era o mesmo da casa, da conta de energia”, afirmou a mineira.
A turista continuou seu desabafo. “Devíamos ter pensado nessa observação antes de fazer o contrato, fica até como experiência, mas a vontade de ir para praia era demais. Viemos em três carros, 8 adultos e 4 crianças, quando chegamos na casa, chamamos e apareceu um moço que falou que a casa não era de aluguel. Meu irmão mostrou o depósito, o contrato e foi muito estranho, o moço não nos ofereceu uma água, nós viajamos 10 horas de carro, nem o portão ele abriu”, observou a mineira lembrando das quatro crianças cansadas esperando no carro.
A mineira disse ter ficado desconfiada do dono do imóvel pela forma como foram tratados. “Quando ele falou: “você é só mais uma, porque estão alugando essa casa aqui, mas não fui eu que aluguei”. Ele falou que já tinha feito boletim de ocorrência, meu marido pediu para ver a cópia, mas ele falou que não tinha. A impressão que passou para a gente foi ruim. Como que uma pessoa entra na minha casa, tira foto, aluga, divulga e eu não sei? Nós ainda perguntamos se ele aluga casa por temporada e ele disse que só a família frequenta. Aí eu fico pensando, como que a pessoa teve acesso às fotos internas da casa. Por mais que não seja ele, pode ser um neto, um sobrinho, uma diarista, um jardineiro. Alguém tirou foto da casa e postou. Ele não nos deixou entrar, disse que chamaríamos a polícia e faríamos um boletim de ocorrência, mas ele falou que não adiantaria, porque não daria em nada”, afirmou a turista.
A vítima do golpe diz que sua família foi lesada e ficaram muito chateados, pois tiveram que sair em busca de local para passar a noite e quase tiveram suas férias arruinadas por causa do golpe. “Guarapari é uma cidade que mora no fundo do meu coração, eu amo demais, amo muito, mas na hora ficamos muito chateados, saímos rodando essa cidade toda, caçando casa ou apartamento para alugar”, afirmou.
Felizmente a família encontrou uma casa para passar a noite e depois alugou outro imóvel no qual poderiam passar o tempo de férias. “Salvamos as férias, passamos a noite em um imóvel indicado pelo rapaz do estacionamento e no outro dia conseguimos alugar uma casa disponível para passarmos os dias”, afirmou a turista que se preocupou em fazer seu relato ao Portal 27 para evitar que outras pessoas caiam em golpe parecido. Segundo ela, hoje eles não reservariam mais casa pela internet, pegaram alguns contatos na cidade para quando precisarem desse serviço.
Em 2017 a Polícia Civil, por meio de investigações, identificou que um criminoso alugava alguns apartamentos de luxo por um dia, tirava foto desses apartamentos, via onde ficava a chave, conhecia melhor os porteiros, descobria o nome dos donos, e assim conseguia produzir contratos falsos e enviar via e-mail e até whatsapp se passando de pessoa de boa-fé.
Para não cair nesse tipo de golpe, a Polícia Civil afirma que algumas medidas são importantes:
O melhor caminho é procurando corretores de imóveis. “As pessoas devem procurar imobiliárias e ter ciência de que o local tem credibilidade. Há inúmeras maneiras de buscar na internet a qualificação do corretor e onde ele trabalha. Até pelas redes sociais é possível fazer pesquisas”.
Para reservas em quartos de hotéis e pousadas, é fundamental que os turistas busquem o telefone do local e entrem em contato. Depósito adiantado, só se for no mesmo nome da pousada e de preferência em nome de pessoa jurídica.
Portal 27