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Inclusão e valorização dos idosos, melhoria da qualidade de vida e produção de alimentos sem a utilização de agrotóxicos. Esses são alguns dos objetivos do projeto “Aquaponia Solidária” que alunos dos cursos de Engenharia de Aquicultura e Ciências Biológicas do Ifes de Alegre implementaram em um asilo de Jerônimo Monteiro com apoio de empresários.
Aquaponia é combinação entre aquicultura (produção de organismos aquáticos) com hidroponia (produção de plantas sem o uso do solo). O sistema, que realiza a produção integrada entre peixes e vegetais, é uma parceria entre o Ifes/Campus de Alegre e a Casa de Amparo aos Idosos Maria Bossois Lannes, do município de Jerônimo Monteiro.
O responsável é o professor de Aquicultura, Thiago Bernardo de Souza. A ideia do projeto surgiu em setembro de 2018, após uma conversa sobre as necessidades da instituição e a proposta de implantação de uma horta.
“Tive a ideia de montar o sistema de aquaponia, pois dessa forma seria possível integrar os estudantes da disciplina de Aquicultura Sustentável, elaborar um projeto de extensão e até desenvolver pesquisas aplicadas, agregando em uma única ação as atividades de ensino, pesquisa e extensão”, explica Thiago.
O projeto foi bem aceito pelos alunos. Para o estudante Leonardo dos Reis Periard, do 3° período do curso de Engenharia em Aquicultura, além do enriquecimento didático e prático, a vivência com os idosos proporciona uma interação direta. “É um aprendizado de vida, de respeito aos idosos, solidariedade, inclusão social, trabalho em equipe, respeito às diferenças e limitações de cada um”, ressalta.
Para a Casa de Amparo aos Idosos, toda colaboração é sempre bem vinda e a iniciativa é importante para servir de motivação para outros projetos que incluam a parceria, atenção, carinho e respeito com os idosos.
Toda a estrutura foi planejada e montada pelos estudantes e o resultado do projeto é a colheita de verduras fresquinhas e saudáveis, além de peixes que ajudam a incrementar o cardápio dos idosos.
Neste sistema de produção integrado é realizada a ciclagem dos nutrientes e a recirculação total da água, reduzindo a quantidade de água utilizada em relação a um ciclo produtivo convencional.
Os peixes são cultivados em um tanque e alimentados com ração balanceada, vindo a excretar substâncias nitrogenadas e fosfatadas, que podem intoxicar os animais quando se acumulam no ambiente, principalmente a amônia. Uma bomba submersa bombeia a água do tanque dos peixes para um filtro mecânico (retenção de fezes e restos de ração), seguindo para o filtro biológico (acontece a nitrificação, transformando a amônia em nitrato). Posteriormente, a água chega às plantas (alface, cebolinha, salsa e couve) onde as mesmas absorvem principalmente o nitrato e as substâncias fosfatadas, necessárias ao seu desenvolvimento e ao mesmo tempo melhorando a qualidade da água e retornando para o tanque dos peixes.
Na última quarta-feira foi dia de colher verduras fresquinhas e saudáveis para complementar a alimentação dos idosos.
Alunos, funcionários e idosos da Casa de Amparo participaram do momento que gera a troca de experiências entre os servidores, alunos e a comunidade. O projeto também conta com o apoio de voluntários e comerciantes do município.
Essa interação faz parte dos objetivos do projeto, que é de realizar o processo de ensino e aprendizagem em espaço de educação não formal, conectando os envolvidos com os atuais desafios para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável.
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