'Novo normal': coletiva de
imprensa via Youtube. Rolim, Bianco e Gutierre detalham reabertura de postos - Martha Imenes/O DIA
A próxima segunda-feira promete ser de caos na porta das agências do INSS em todo país. Após sucessivos adiamentos por conta da escalada da pandemia de coronavírus, o instituto decidiu reabrir 547 postos da Previdência Social para atender segurados que estavam agendados. No Rio de Janeiro, por exemplo, 27 unidades vão reabrir, mas sem perícia médica e somente para atendimentos agendados.
Em coletiva de imprensa via Youtube, o presidente do instituto, Leonardo Rolim, e o secretário de Previdência, Bruno Bianco, afirmaram que somente irão retomar o atendimento gradual as agências que cumprirem os protocolos de segurança sanitária. Mas, um servidor que pediu para não ser identificado, relatou ao jornal O Dia que 90% dos postos vistoriados não atende a esses protocolos. Faltam insumos básicos como sabão para lavar as mãos e ventilação adequada nas unidade.
Por conta disso, continua, os médicos peritos teriam decidido não retornar aos postos enquanto o INSS não adequar as unidades para o atendimento.
"É uma irresponsabilidade muito grande 'bancar' essa reabertura na segunda-feira diante da falta de segurança sanitária nas agências e da escalada da covid-19. Segurados e servidores estarão expostos ao risco", adverte.
Na coletiva, Rolim afirmou que as inspeções nas agências serão feitas constantemente e que à medida que os postos forem se adequando as perícias serão retomadas. Dos 1.525 postos do INSS em todo país, 547 vão retomar o atendimento presencial.
De acordo com o INSS, estarão disponíveis para atendimento presencial os serviços de perícia médica em data posterior, avaliação social, cumprimento de exigências, justificação administrativa e judicial e também reabilitação profissional. Ou seja, de cinco serviços a serem retomados, pelo menos dois dependem dos médicos peritos.
Os representantes do INSS apelaram aos segurados que não compareçam às unidades sem o prévio agendamento e alertaram que atendimentos espontâneos estão suspensos. "O objetivo é evitar aglomeração de pessoas na porta e no interior das agências", advertiu Rolim. O que outro servidor rebate: "Haverá aglomeração na porta, não resta dúvida".
Atendimento somente para quem fez agendamento
O atendimento será destinado aos segurados que estiverem agendados. Quem não estiver, precisa fazer o pedido pela Central de Atendimento 135 (ligação gratuita) ou pelo portal Meu INSS (gov.br/meuinss e aplicativo). O horário também será restrito: das 7h às 13h.
Algumas medidas, segundo a Portaria 924 publicada ontem no Diário Oficial da União, serão tomadas para garantir a segurança da população e dos funcionários. Entre elas, aferição de temperatura dos segurados na entrada das unidades. Os segurados serão informados sobre a necessidade do uso de máscara dentro das agências e álcool em gel para higienização das mãos. Caso a pessoa que esteja agendada esteja utilizando máscara úmida, suja ou rasgada, uma descartável será fornecida.
Também deverá ser mantido o distanciamento mínimo de um metro entre as pessoas. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de distanciamento mínimo de 1,5m entre as pessoas.
Parceria para evitar aglomeração
Em julho, quando foi levantada a possibilidade de retomada gradual do atendimento, o gestor da Gerência-Executiva Centro, Caio Figueiredo, contou com exclusividade ao jornal O DIA que para evitar aglomerações na porta das unidades do INSS contará com o auxílio da Guarda Municipal e da CET-Rio. Para isso uma parceria foi firmada entre o gestor da gerência Centro-Rio e o prefeito Marcelo Crivella.
"A nossa preocupação é com a saúde de segurados, que são em sua maioria idosos e pessoas com comorbidades. Por isso o auxílio dos agentes da prefeitura é muito importante", afirmou.
E como vai funcionar esse apoio? Segundo o gestor, eles vão ficar nas áreas externas das agências. A GM cuidará da aglomeração nas calçadas e a CET-Rio das paradas de automóveis em frente ao posto para desembarque de pessoas. Crivella garantiu o apoio e disse que não medirá esforços para cidade voltar à normalidade.
O Dia