O escultor carioca Valdieri Martin, radicado em Cachoeiro de Itapemirim, realizou um projeto em homenagem aos 12 instituidores do patrimônio do Senhor Bom Jesus com a ideia de ser fixado na Praça Amaral Peixoto, a praça da rodoviária. Esse projeto havia sido idealizado por Padre Mello para o ano de 1942, quando sonhava comemorar os 100 anos do início de nossa colonização. Por ocasião da comemoração do primeiro centenário de nosso município, que ocorreria em 1942, Padre Mello levou a efeito um árduo trabalho de investigação histórica intitulado "Os primórdios de Bom Jesus".
Padre Mello pôde contar o início da formação de Bom Jesus do Itabapoana, porque entrevistou antigos moradores de nosso município que gozavam de credibilidade: Antônio Teixeira de Siqueira, Antônio Santos Lisboa e Manoel Pinto de Figueiredo, entre outros. Ele percebeu que os relatos possuíam harmonia das narrações "nos tópicos essenciais". Foi assim, que podemos saber, hoje, que Antônio José da Silva Neném, oriundo da cidade mineira de Rio Novo, por aqui esteve desbravando nossas terras por volta de 1842, com mais duas famílias.
As três primeiras moradias de Bom Jesus do Itabapoana foram erguidas assim: uma, de Antônio José da Silva Neném, próxima ao rio Itabapoana, na região conhecida como Porto das Pedras; outra, do português Manoel Gomes Alves, foi edificada no Alto da Santa Rita, onde está situado hoje o Espaço Cultural Luciano Bastos, e onde funcionou o antigo Colégio Rio Branco, por 90 anos; a terceira, de Manoel da Silva Fernandes, conhecido como Silva Monarca, localizada onde foi erigido o sobrado em que funcionou a Farmácia Normal, ao lado da residência de Pedro Gonçalves da Silva Júnior, ainda existente, na Praça Governador Portela.
Em 1857, Francisco José da Silva Neném, filho de Antônio José da Silva Neném, esteve em Bom Jesus, cuja família havia se mudado para Piúma (ES), e vendeu os terrenos de seu pai, já falecido.
Foram 12 os que compraram os terrenos e formaram o Patrimônio do Senhor Bom Jesus.
São eles: Francisco Furtado Costa, do Barro Branco, José Rodrigues Costa, da Soledade, João da Costa Soares, da Cristalina, João Ignácio da Silva, da Barra do Sacramento, Antônio Teixeira de Siqueira, Francisco Teixeira de Siqueira e José Teixeira de Siqueira, da Barra do Pirapetinga, Francisco José Borges, do Córrego do Leite, José Carlos de Campos, da Fortaleza, Jacob Furtado de Mendonça, da Fazenda São João Batista, Manoel Furtado e Alferes Silva Pinto.
A homenagem idealizada por Padre Mello nunca foi, contudo, concretizada.
O Norte Fluminense