Foto: Divulgação
Um levantamento do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) sobre o aumento da população carcerária brasileira mostrou que entre 2006 e 2014 as prisões por delitos relacionados a drogas aumentaram em 51%. Outro dado que chama a atenção na pesquisa é que entre 2006 e 2013 o número de mulheres presas por acusações envolvendo entorpecentes cresceu 290%.
Para a assistente social e diretora do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (CRESS-SP), Adriana Brito, esses números refletem uma política de drogas retrógrada, que aprofunda os problemas sociais do Brasil e agrava a situação da população que já vive em situação de vulnerabilidade social.
“Enquanto a questão das drogas for encarada nessa lógica de guerra e enfrentamento, estaremos fugindo ao debate e caindo em ações sem efetividade. O tráfico não deve ser discutido do ponto de vista militar e policialesco, mas sob uma perspectiva política, econômica e social”, explica.
Ela ainda ressalta que essa estratégia de combate empregada atualmente falha visivelmente, uma vez que não impede o tráfico e o consumo das drogas. Mais do que isso, a guerra às drogas é responsável por milhares de mortes anualmente em todo o mundo, a maioria esmagadora destas vitimando a população negra e pobre.
Muitas vezes, as vítimas dessa guerra pertencem à classe trabalhadora e, ao encontrarem-se fora do mercado de trabalho formal e completamente abandonados pelo Estado, acabam buscando no tráfico uma alternativa de sustento. No caso das mulheres presas, as Fugindo da questão.
Campos 24 Horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário