De 2015 a 2017, o total de licenças médicas concedidas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) aumentou 31%. Números obtidos pelo EXTRA por meio da Lei de Acesso à Informação detalham o abatimento da tropa diante da escalada de insegurança em todo estado. Em 2017, 15.978 concessões foram feitas em função de problemas físicos ou psicológicos. O número foi semelhante ao de 2016, quando 15.970 autorizações foram assinadas. Em 2015, porém, o patamar foi bem inferior, com 12.140 licenças autorizadas.
Pelas regras da Polícia Militar, os períodos de licença variam de cordo com a enfermidade. Um servidor pode ficar 15 dias afastado em função de uma lesão em serviço, ou precisar de seis meses de tratamento para avaliar sua condição psicológica. Para os servidores, o aumento do número de licenças reflete as condições de trabalho.
— É muito complicado trabalhar na rua. O policial está sujeito a toda sorte. Além da uma cobrança extrema, o PM tem uma escala de trabalho extremamente exaustiva — disse um cabo, que não quis se identificar.
A PMERJ tem, atualmente, 44.907 policiais ativos. A corporação já reconheceu que o efetivo ideal para policiar o estado gira em torno de 60 mil homens. Hoje, cerca de quatro mil policiais militares concursados aguardam convocação por parte do governo.
Transtornos psicológicos aumentaram em 61,5%
Os transtornos mentais e comportamentais dominam a lista de licenças concedidas. Em 2015, 5.123 autorizações para tratamento psiquiátrico foram assinadas. Em 2017, porém, o número disparou. Foram 8.277 afastamentos. O aumento percentual foi de 61,5% na comparação entre os dois anos.
De acordo com os servidores, a maior preocupação, como não poderia deixar de ser, é com a própria segurança. Em 2017, 134 policiais militares foram mortos, mesmo patamar de 2016, quando 135 perderam suas vidas. Procurada, a PM não se manifestou quanto aos dados obtidos pelo EXTRA.
Alerj derrubou veto de Pezão a programa de saúde para agentes
No fim de fevereiro, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) derrubou o veto do governador Luiz Fernando Pezão à criação do Programa de Saúde no Trabalho para agentes da Segurança. De autoria do deputado Marcelo Freixo (PSOL), o programa vai ajudar policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários e do Degase.
EXTRA
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