A Tribuna
Nesta Sexta-Feira Santa o papa Francisco pediu aos fiéis e aos clérigos que redescubram a capacidade de sentir vergonha por seu papel em relação aos problemas do mundo.
"Nossas gerações estão deixando aos jovens um mundo fraturado pelas divisões e pelas guerras, devorado pelo egoísmo em que os jovens, as crianças, os doentes e os idosos são colocados à margem."
Como fez no ano passado, Francisco citou como principais razões da vergonha as pessoas enganadas "pela ambição e pela glória vã", assim como "a lepra do ódio, do egoísmo e da arrogância". "Só o perdão pode vencer o rancor e a vingança, só o abraço fraternal pode dissipar a hostilidade e o medo do outro."
A via-crúcis deste ano foi dedicada aos jovens, motivo do sínodo (reunião mundial de bispos) que se realizará em outubro. Os textos lidos nas 14 estações foram escritos por 15 pessoas entre 16 e 27 anos.
Fiéis de todo o mundo se revezaram com a cruz. Um deles foi Riad Sargi, da Cáritas na Síria, que a carregou com a mulher e os três filhos. "Carregaremos todo o sofrimento do povo, das crianças, dos pais e das mães do nosso país."
A cerimônia, no Coliseu de Roma, foi vista por 20 mil pessoas e teve forte esquema de segurança. Mais de 10 mil policiais e soldados foram distribuídos pela capital italiana durante o fim de semana de Páscoa.
A polícia italiana cercou o local para evitar ataques após sete homens serem presos na semana passada suspeitos de ligação com grupos extremistas islâmicos, incluindo um que planejava um atentado com um caminhão.
O grupo teria relação com o terrorista tunisiano Anis Amri, que usou uma carreta para invadir o mercado de Natal de Berlim em 19 de dezembro de 2016. A ação deixou 12 mortos e mais de cem feridos.
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