Continuação...
Muitos iam principalmente aos sábados e domingos para assistirem Grande Otelo e Oscarito no Cine Monte Líbano, os filmes de faroeste, o Ringo com Giuliano Gemma era um dos mais concorridos, além de arriscar um lanche na Leiteria que ficava próximo ao cinema. Outros davam um giro pela zona boêmia da cidade, mas na Usina tinha os filmes do Sr. José Raul, passava no Colégio. Ingressos para as sessões desses filmes serviam de incentivo para os jogadores, principalmente para os das categorias de base vencerem os seus jogos. Era falado: “Se vencerem o jogo, vocês ganharão ingressos para assistir o filme do Zé Raul”.
Santa Isabel de grandes carreiros, jovens que atuavam como ajudantes e se notabilizaram por conduzirem juntas de bois com maestria na aragem e gradagem de terras e nas conduções das carretas onde o acesso de máquinas era difícil. Além dos antigos como o Ari Carreiro que continuava na luta, tinha o Amir Brandão, Nicanor, Joel da Dona Candinha, Santilho, Juvenal, Jurandir, entre muitos. O Fortunato passava na avenida com o carro de boi com o seu barulho tradicional transportando canas para servir de ração para os cavalos do Sr. Amaro Ferreira e a molecada ia atrás e pegava as canas 413, uma das mais famosas pela maciez e doçura. Levava pára o rio, passava areia, lavava e levava e presenteava as professoras que se deliciavam com o gesto simples e sinceros dos seus alunos.
Santa Isabel de grandes escolas de tratoristas,dos que acordavam às 4 horas da manhã e ia para a lavoura. Na entressafra no trabalho de capina, roçada e o preparo do solo para o plantio de cana. Várias pessoas da comunidade estudavam em Bom Jesus e o maior fluxo desses alunos da década de 1960. Terminado o curso primário eram submetidos a um exame de admissão, para entrar no Ginásio, era uma espécie de vestibular. No final dessa década aumentou consideravelmente o número desses alunos, a maioria estudava no Colégio Rio Branco, era particular, mas a bolsa de estudo oferecida pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar e do Álcool, garantia o pagamento das mensalidades, a compra dos livros, do uniforme e ainda as passagens, muitos contavam com o espírito educador do Dr.Luciano Augusto Bastos, mesmo não tendo o dinheiro suficiente era garantida a permanência em sala de aula. Outros estudavam no Colégio Antonio Honório em Bom Jesus do Norte, Zélia Gisner e no Padre Mello da Rede Estadual de Ensino.
As moças após o término do Ginásio cursavam o Normal, viravam Normalistas e os rapazes iam fazer o “Comércio” o Curso de Contabilidade. O ônibus passava por volta das 06h, 06h30 e retornava às 12h. Ao chegar a garotada corria para o Carcará, bar famoso do outro lado da ponte que foi propriedade do Sr. Toninho Machado e estava nas mãos do Aroldo. Após “engolir” rapidamente a comida ia assistir O nacional Kid, o seriado japonês que tinha os Incas Venezianos, o Dr, Caraíba, o Vigilante Rodoviário com o seu belo e corajoso cachorro entre muitos filmes que bombeavam na época e tinha como âncora o Capitão Furacão, assessorado pela então adolescente Elizangela, hoje grande atriz de novelas, rivalizando com o Capitão Asa.
Santa Isabel dos tipos folclóricos como o Estrelinha que ficava por ali próximo ao escritório, do Chacrinha, Juarez, Pé de Ferro, Vicentinho, Eduardinho e quem não se lembra do Pó de Brocam cujo forte segundo ele era imitar o cantor Roberto Carlos e a garotada fazia a maior festa. O Rafael da célebre frase com a professora do Colégio da Fazenda São Manoel. Ela chega e todos os alunos levantam e saúdam a mestra com um bom dia, menos ele, o Rafael. A mesma nota que ele continua sentado e pergunta?”Dormiu comigo Rafael?” e eçe de imediato: ”Quem dera Fessora”.
Continua...
Extraído do Livro:Usina Santa Isabel, Jamais Esquecida
Blog do Jailton da Penha JDP
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