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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

MORADORA DE MIRACEMA VAI A HOSPITAL APÓS INGERIR CERVEJA QUE MATOU TRÊS

Agentes do Procon realizaram a retirada de cervejas da empresa
Agentes do Procon realizaram a retirada de cervejas da empresa / Divulgação
O Hospital de Miracema (HM) informou, em nota, nesta quarta-feira (16), que uma mulher, de idade não informada, procurou a unidade, nessa terça, afirmando ter ingerido cerveja pilsen Belorizontina, da Backer. Segundo a unidade, a paciente passou por exames e foi liberada sob orientação médica. Também nesta quarta, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou a terceira morte associada à síndrome neufroneural atribuída ao consumo da bebida. Segundo a corporação, trata-se de um homem de 89 anos, morador da capital mineira. Ele estava internado em uma das unidades da rede de saúde Mater Dei, a mesma rede onde morreu, nessa terça (15), a segunda vítima da síndrome. Em Campos, agentes do Programa de Proteção a Defesa do Consumidor (Procon) retiraram do mercado todas as marcas de cerveja produzidas em Minas Gerais pela empresa.
Sobre a paciente de Miracema, o hospital do município informou que a mulher relatou ter ingerido, há 15 dias, a bebida alcoólica produzida por uma cervejaria que vem causando alguns casos de intoxicação exógena por possível contaminação. “Após avaliação clínica e realização de exames laboratoriais, a equipe médica do HM manteve a paciente em observação e por não haver qualquer alteração nos exames e no quadro clínico optou-se pela alta hospitalar sob orientação médica”, completou.
Mortes - O corpo da mais recente vítima fatal da síndrome foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) esta madrugada, onde será submetido a novos exames para auxiliar as autoridades a tentarem estabelecer a causa da morte. O laudo deve ficar pronto em até 30 dias.
A primeira das três mortes por intoxicação já reconhecidas pela Polícia Civil foi registrada na noite de 7 de janeiro, em Juiz de Fora. Exames a que a vítima foi submetida antes de morrer confirmaram a presença de dietilenoglicol no sangue. O homem, cujo nome e idade não foram oficialmente confirmados, foi sepultado no município mineiro de Ubá.
Todos os pacientes internados devido à síndrome nefroneural apresentaram insuficiência renal aguda de evolução rápida, ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas, e alterações neurológicas centrais e periféricas, que podem ter provocado paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.
Peritos já encontraram vestígios de uma substância tóxica usada em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes, o dietilenoglicol, no sangue de vários pacientes, em vasilhames lacrados de três lotes da cerveja Belorizontina e na linha de produção da fábrica da Backer, em Belo Horizonte. A cervejaria, no entanto, afirma que não emprega a substância tóxica na preparação da bebida.
Até essa quarta (15), a Polícia Civil já tinha recebido notificação de 18 casos suspeitos de intoxicação, e em quatro a intoxicação por dietilenoglicol foi atestada. Preventivamente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a Cervejaria Backer retire de circulação todas as suas cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado até o dia 13. A suspensão da venda se manterá até que fique assegurado que os outros produtos da Backer não estão contaminados. “A medida é para preservar a saúde dos consumidores”, informou o ministério em nota.
Fiscalização - Mais de 10 estabelecimentos foram visitados pelos fiscais do Procon/Campos nesta quinta-feira (16), entre eles hipermercados e supermercados. Até o momento, nenhum lote da cerveja Belorizontina,da cervejaria Backer, foi encontrado. A recomendação é para que ninguém consuma o produto. Caso algum produto seja encontrado, o Procon deve ser acionado, através de denúncia, para realizar a apreensão. Para quem adquiriu lotes do produto, o órgão sugere que o cidadão procure o local de compra para realizar do descarte. As denúncias podem ser feitas através do número (22) 98175-2561.

Folha da Manhã

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