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sábado, 1 de fevereiro de 2020

CASAGRANDE VAI COBRAR AÇÕES DO MPES CONTRA EMPRESA RESPONSÁVEL POR BARRAGEM EM ALEGRE

Depois que a barragem da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Francisco Gros, localizada no município de Alegre, próximo à comunidade de São João, deixou comunidades de diversas cidades em alerta, provocando pânico, por conta de um possível rompimento, o governador Renato
Casagrande disse que pedirá ações por parte do Ministério Público Estadual (MPES).
Desde que a empresa Statkraft, responsável pela PCH, emitiu o alerta de risco de rompimento da barragem, durante as fortes chuvas dos últimos dias, a população das cidades de Alegre, Jerônimo Monteiro e Cachoeiro de Itapemirim ficou em pânico, principalmente por conta de fake news espalhadas nas redes sociais e a demora para comunicados oficiais.
Até os veículos de comunicação tiveram dificuldade para conseguir respostas sobre a real situação da barragem localizada próximo à comunidade de São João.
O governador Renato Casagrande lamentou a ausência de representantes da Statkraft na região e acionará o MPES.
“Estamos acionando o Ministério Público Estadual para que a empresa que monitora as barragens à distância possa estar presente em horas de tensão como essa, de desastres. É muito ruim não ter ninguém que possa dar informações concretas aqui, fisicamente, junto conosco. A barragem tem um plano de contingência que está sendo sempre colocada em prática por questões de segurança, mas além do plano, é importante que a empresa tenha uma representação aqui no local para nos dar tranquilidade”, disse Casagrande.
Vereadora em Cachoeiro, Renata Fiorio fez um levantamento do número de barragens pertencentes a Statkraft. Segundo ela, a empresa possui quatro Pequenas Centrais Hidrelátricas (PCHs) na região, sendo uma no distrito de São Vicente, em Cachoeiro, uma no município de Conceição de Castelo, uma em Castelo e outra em Alegre. A parlamentar quer informações sobre a situação dessas barragens.
“Estou pedindo a empresa que nos envie todo o estudo de impacto das quatro PCHs que ela possui aqui no entorno e vou pedir informações ao IEMA e ao EDAF e também encaminharei ao MPES um pedido de verificação para sabermos se as barragens estão dentro da legalidade. A situação é muito preocupante. Tem uma PCH no distrito de São Vicente, e por menor que seja, não sabemos o impacto de um rompimento, principalmente naquela comunidade que já é tão sacrificada”, afirmou a vereadora.
Nós passamos nossa preocupação em relação a um possível rompimento da barragem ao governador Renato Casagrande, a Defesa Civil Estadual e ao promotor do município. Tivemos a maior enchente, acredito, do século em Alegre e essa barragem provocou muito pânico aos moradores de Rive, de Jerônimo Monteiro e Cachoeiro. Precisamos ter a garantia de que está tudo em ordem e que essa barragem não vai colocar em risco os moradores”, explicou José Guilherme.
O MPES agendou uma reunião na próxima segunda-feira, às 18h, no município, com a presença de representantes da administração municipal, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) e da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh). A diretoria da Statkraft será convocada a estar presente.
Petição online
No site https://secure.avaaz.org/po/community_petitions/ministerio_publico_do_espirito_santo_pelo_fim_da_barragem_pch_francisco_gros_localizada_no_municipio_de_alegrees/?zENWtpb está sendo feita uma petição pedindo o fim da barragem PCH Francisco Gros. Mais de duas mil assinaturas já haviam sido recolhidas até ontem.
No distrito de Rive, comunidade mais próxima da PCH e que seria a mais afetada em caso de um rompimento, moradores também estão colhendo assinaturas em um abaixo assinado que pede o fim da barragem.
Risco
Em uma nota, divulgada no início da semana, a Statkraft reconhece que imagens mostraram no último sábado a possibilidade da barragem ter sofrido danos estruturais. O estado de alerta está mantido, e em situações extremas poderá ser declarado novamente estado de emergência. “Caso as condições hidrológicas voltem a níveis excepcionais e novas inspeções indicarem anomalias, o estado de emergência poderá ser revisto”, diz trecho da nota.
O que diz a Statkraft
Procurada pela reportagem, a Statkraft disse que mantém diálogo aberto com os órgãos competentes e está à disposição para o compartilhamento de informações referentes ao status da barragem.
“A empresa se solidariza com a população local – que teve sua rotina alterada por conta das fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias – e reforça que todas as suas ações são tomadas com base na ética e na valorização da integridade física das pessoas. Para garantir a segurança de todos, a companhia continua a monitorar a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Francisco Gros, e está atenta a possíveis alterações no cenário atual”, informou em nota.

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