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quinta-feira, 24 de março de 2022

BOM JESUS DO ITABAPOANA: CIDADE CELEIRO DE LÍDERES POLÍTICOS

Antes da fusão do antigo estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, a possibilidade de eleição de políticos do antigo estado do Rio era muito grande. Mesmo sendo uma região com pequeno número de eleitores, como é o nosso Noroeste Fluminense, era possível ter uma representação muito grande. Se olharmos o eleitorado atual do estado do Rio de Janeiro, que é mais do que 12 milhões de eleitores, vamos perceber que quase 65% dos eleitores estão localizados na região metropolitana do Rio de Janeiro, o que faz com que bairros da cidade do Rio, como Copacabana, Ipanema, possam ter um a dois representantes de deputados estaduais.
Um partido para eleger um deputado estadual precisa que a soma dos votos no partido seja em torno de 120.000. O somatório do eleitorado do Noroeste Fluminense chega muito perto disso. Já, no antigo estado do Rio de Janeiro, era possível que a nossa região pudesse contar com representantes em cada uma das legislaturas. Fazendo uma revisão dos períodos anteriores à fusão, vamos perceber que em todas as legislaturas tivemos um representante da nossa cidade.
Ao final da ditadura Vargas, em 1946, Bom Jesus elegeu 2 deputados estaduais: Roberto Silveira, bem jovem, e José de Oliveira Borges, Zezé Borges, político que havia sido prefeito da cidade no período da intervenção do governador Amaral Peixoto.
Na eleição de 1950, Bom Jesus continuou com 2 deputados estaduais eleitos: José Vieira Seródio, tradicional médico na cidade, e Roberto Silveira para um segundo mandato. O deputado estadual eleito em 1954 não nasceu em Bom Jesus, mas era ligado à cidade por ser genro do Zezé Borges e havia sido o primeiro pretor após a instauração da democracia ao fim da ditadura Vargas: Emmanuel Pereira das Neves.
Em 1958, os bom-jesuenses elegeram Tito Nunes como deputado estadual. Na eleição de 1962, logo após a morte do governador Roberto Silveira, voltamos a ter 2 deputados estaduais eleitos: Antônio Carlos Pereira Pinto e Michel Salim Saad. Mas, foi na eleição de 1966, que Bom Jesus conseguiu a maior representação na Assembleia Legislativa, mesmo sendo a região Noroeste Fluminense um município de reduzido eleitorado: Michel Salim Saad (reeleito), José Antônio Saad e José Augusto Pereira das Neves.
Depois desse período, ficou mais difícil a eleição de bom-jesuenses, não só pela concentração de votos na região metropolitana do Rio de Janeiro, como a presença forte dos candidatos desta região obterem apoio na nossa cidade, não prestigiando os candidatos locais.
Mas, Bom Jesus não deixou de ter representantes ligados à cidade. Jorge Roberto Silveira, deputado estadual eleito bem jovem, e posteriormente prefeito de Niterói cuja administração foi reconhecida como de alta qualidade, Eduardo Travassos, que foi vice-prefeito na primeira gestão de Jorge Roberto, e o único deputado federal eleito por Bom Jesus, ex-prefeito Paulo Portugal. Bom Jesus também teve mais um conterrâneo eleito deputado federal, mas pelo Paraná, o irmão de Roberto e Badger Silveira, Zequinha Silveira.

O Norte Fluminense

3 comentários:

  1. Que história boa!parabéns Jaílton por resgatar essas belas vitória que muita gente não sabe

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  2. São fatos políticos desconhecido pelos atuais políticos
    Parabéns

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