Foto: Divulgação/Nasa
Na manhã deste domingo (26), ocorrerá o fenômeno que os astrônomos chamam de "eclipse anular do Sol". No Brasil, será visto como um eclipse parcial, no qual o astro não é totalmente obscurecido.
Um eclipse solar acontece quando a Lua passa diante do Sol, projetando sua sombra sobre a Terra. Quando a Lua está mais afastada do planeta, como ocorrerá no domingo, ela não chega a cobrir o Sol inteiramente, deixando aparecer suas bordas como se fosse um "anel de fogo" - por isso trata-se de um eclipse anular.
Da perspectiva dos brasileiros, porém, a Lua cobrirá o Sol apenas parcialmente, de acordo com Paulo Bretones, professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O ápice do fenômeno ocorrerá às 11h30, quando o Sol terá 51% de seu diâmetro coberto pela sombra lunar.
"Os locais mais favoráveis para observação do eclipse, no mundo, serão o Oceano Pacífico, o sul da Argentina e do Chile, o Oceano Atlântico, Angola, Congo e Zâmbia, na África. Nas regiões acima ou abaixo da faixa - ou seja, na América do Sul, no oeste da África e na Antártica -, o eclipse será visto como parcial", explicou Bretones.
Em São Paulo, segundo Bretones, o eclipse começará às 10h02, quando a Lua nova começará a "tocar" o disco do Sol. Ela ocultará o disco solar progressivamente, até o ápice do fenômeno, às 11h30. A partir daí, o satélite começará a cobrir uma área cada vez menor do disco solar, até as 12h59, quando terminará o "espetáculo".
"Mesmo nas áreas mais favoráveis para observação, o eclipse anular não chega a obscurecer o Sol completamente. No Brasil, o efeito na luminosidade será pequeno, comparável ao de uma nuvem que passa diante do Sol. Ainda assim, o fenômeno poderá ser muito bem observado", disse o professor.
Para observar o eclipse, no entanto, é preciso tomar muito cuidado, de acordo com Bretones. "Durante o eclipse é muito perigoso observar o Sol diretamente, pode produzir queimaduras na retina, causando cegueira", alertou.
Segundo Bretones, é extremamente perigoso olhar para o Sol com qualquer instrumento óptico como binóculos, lunetas, telescópio ou mesmo através de uma máquina fotográfica.
"Basta ver o que acontece quando se queima uma folha utilizando-se uma lente para focar a luz do Sol, para se ter uma ideia do perigo", afirmou.
O professor afirma que, para observar o eclipse, é preciso tomar o cuidado de usar um filtro apropriado.
"Não se deve usar óculos escuros, vidros esfumaçados, radiografias ou negativos de filmes revelados, pois estão sujeitos a não serem suficientemente densos para bloquear as radiações não visíveis como o infravermelho e o ultravioleta. O filtro usado em máscara de soldador número 14, disponível em lojas de ferragens, seria o mais indicado", disse Bretones.
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