O primeiro estudante do Brasil e, possivelmente, a pessoa mais jovem do mundo, a virar nome de asteroide é da rede municipal de ensino Campos. Cristiam dos Santos, de 13 anos, aluno da E.M Dr. Getúlio Vargas, em Tócos, teve a confirmação de que entraria para a história na tarde desta sexta-feira (10), através de uma videoconferência com dr. Patrick Miller, diretor e fundador da Campanha Internacional de Busca de Asteroides.
O anúncio, que aconteceu com festa na própria escola onde Cristiam estuda, pegou o estudante de surpresa. “Eles falaram comigo da possibilidade, mas eu não estava acreditando muito. Hoje, quando ele anunciou eu fiquei muito emocionado. É uma responsabilidade grande ser o primeiro, mas eu quero fazer valer a confiança e continuar estudando. Quero ser físico teórico”, antecipa Cristiam.
Além da videoconferência, o estudante recebeu um documento da Nasa confirmando a honraria e uma carta do consulado americano, o parabenizando e dizendo esperar que o interesse de Cristiam pela ciência continue a crescer. “O Brasil precisa de estudantes dedicados como você”, dizia o documento.
A escolha de Cristiam para nomear o asteroide se deu devido ao seu sucesso na campanha de descoberta. O estudante foi selecionado dentro de um novo programa da “The International Astronomical Search Collaboration” (IASC), que busca motivar estudantes de áreas afastadas dos Centros urbanos a se tornarem cientistas. Diretores de escolas que atenderam tal critério geográfico selecionaram seus melhores alunos e Cristiam foi o escolhido, após entrevista feita pelo dr. Miller, durante o 10º Encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica, que aconteceu em Campos em abril.
Para a coordenadora de Ciências da secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), Carla Salles, Cristiam é um exemplo para os demais alunos da rede e um orgulho para a cidade.
— O dia de hoje ficará para sempre marcado em nossos corações e no do nosso asteroide Cristian. Que nossos alunos enxerguem este momento como mais uma oportunidade de transformação. Um estudante novo, tão focado, interessado e determinado. Ele se destaca nas atividades científicas, tanto que o projeto do grupo dele sobre simulador de tornado foi um dos melhores na V Feira Municipal de Ciência e Tecnologia e participará da feira estadual, que acontece na cidade do Rio de Janeiro — lembra.
O presidente do Clube de Astronomia Louis Cruls, Marcelo Oliveira, falou do ineditismo da conquista. “Geralmente, somente grandes cientistas dão nomes aos asteroides. Quem imaginaria que o primeiro estudante do Brasil seria de Campos?”, indaga Oliveira, lembrando que participaram mais de 80 países e cerca de mil escolas. Marcelo Aproveitou para lembrar que a nova campanha de busca de asteroides começou nesta sexta-feira. Depois de tantas descobertas e tamanha honraria, as expectativas são as melhores.
Fonte: Sup. Comunicação