CASO PATRÍCIA – Guarda Municipal confessou autoria durante julgamento e foi condenado
O guarda municipal Uenderson de Souza Mattos (na foto-arquivo do Campos 24 Horas acima, ao lado do delegado Luiz Maurício Armond, saindo de um dos blocos de apartamentos do condomínio Recanto das Palmeiras) foi condenado pelo tribunal do juri de Campos a 28 anos e dez meses de prisão pela morte brutal da sua mulher, a analista judiciária Patrícia Manhães. O crime se deu no dia 13 de abril de 2016, quando o acusado levou a vítima à sede do Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal de Campos, na antiga Ceasa, em Guarus, sob o pretexto de que queria falar com um colega de trabalho. Dois homens surgiram no local e atiraram em Patrícia. Inicialmente, o marido alegou para a polícia de que havia sido um latrocínio, ou seja, os autores teriam matado Patrícia para roubar R$ 1.500 que estava no carro em que o carro estava. O julgamento foi presidido pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de Campos, Bruno Rodrigues Pinto, e terminou na noite destaque quinta-feira(05/07).
Para surpresa da maioria das pessoas que acompanhava o julgamento, Uenderson confessou ter encomendado a morte de Pátrícia. Até o interrogatório durante o julgamento, ele sustentava a negativa de autoria. Ele negou a participação no crime dos outros dois réus: Genessi José Maria Filho, apontado como intermediário na contratação do autor, e Jonathan Bernardo Lima, acusado da execução.
A pena de Genessi foi fixada em 26 anos e oito meses. Já Jonathan Bernardo Lima, foi inocentado pelo júri.
O crime foi considerado premeditado e praticado por motivos financeiros. A pena de mais de 28 anos foi fixada dada a posição do acusado, marido da vítima e pai de dois filhos, a época dos fatos com dois e oito anos.
INTERROGATÓRIOS
Genessi disse que o conhece bem Jonathan, considerando-o como um filho e sobre a festa que Jonathan teria dado com o dinheiro da contratação da morte da analista, ele disse ter sido realizada no Dia do Trabalhador e que teria sido organizada pela comunidade do Parque São Matheus. O promotor ainda questionou se Genessi sabia do contato de Uenderson com Jonathan e ele disse que não.
Depois foi o interrogatório de Jonathan, quando o juiz perguntou se ele tem ciência do que está sendo acusado e que pode permanecer em silêncio. E, ainda, se ele participou do crime. Ele disse não ter nada a ver com a morte de Patrícia e que conheceu Uenderson pela mídia, depois de implicarem seu nome no caso.
Jonathan falou também que já foi genro de Genessi e participava do “movimento” (tráfico de drogas) e que por isso seu nome pode ter sido associado ao crime que não praticou. Ele completou dizendo que, se tivesse mesmo praticado um homicídio por dinheiro, teria sido morto pelo tráfico. Quanto à festa, perguntado pela defesa, o réu disse ter organizado para a filha em fevereiro, só alugando os brinquedos. A festa no Dia do Trabalhador teria sido bancada pelo TCP, facção do tráfico que integrava.
O CASO
Os réus foram a júri popular, no mesmo Fórum onde a analista e o guarda municipal se conheceram. Cinco mulheres e dois homens fazem parte do corpo de jurados do caso. O juiz leu a denúncia do Ministério Público, em que Uendeson teria combinado com Genessi a contratação da morte de Patrícia. Os dois trabalhavam no Grupamento Ambiental (GAM) da Guarda Municipal de Campos. Genessy, por sua vez, teria contratado Jonathan, que, juntamente com outro homem ainda não identificado, atirou na analista em um suposto assalto. O dinheiro pago pela morte de Patrícia teria sido usado para a realização de um baile funk.
Também teve início a oitiva de cerca de 10 testemunhas de defesa e acusação. O debate, com a argumentação do Ministério Público e do advogado de Uenderson e defensores públicos, está previsto para esta quinta-feira (5), seguido pela deliberação do júri e a sentença dada pelo juiz.
O julgamento começou por volta do meio dia desta quarta-feira (4), foi dado intervalo às 13h50 e, depois, prosseguiu.
Campos 24 Horas