Caminhando pelo calçadão de São Francisco encontro uma das mulheres mais admiráveis que já conheci: Ismélia Saad Silveira. A ela rendo homenagens pelo Dia das Mães e por ser uma pessoa que, apesar de ter estado dentro da política fluminense em diversas ocasiões, não se contaminou com o poder, preferindo continuar discreta, simples e distante dos holofotes.
Natural de Bom Jesus do Itabapoana, dona Ismélia, hoje com 89 anos, aos 21 anos casou com o conterrâneo e vizinho Roberto Silveira, então com 28 anos, em 1951. Tiveram três filhos, Jorge Roberto, Dora e Márcia.
A primeira dama Ismélia acompanhou a curta e brilhante trajetória política do marido, que foi deputado estadual por duas vezes, vice-governador e, em seguida governador por dois anos do Estado do Rio de Janeiro, até tragicamente morrer em um desastre de helicóptero, em 20 de fevereiro de 1961.
Depois, o cunhado Badger Silveira também foi governador do Estado; o filho Jorge Roberto elegeu-se deputado estadual, por duas vezes, e prefeito de Niterói para quatro mandatos. Mas dona Ismélia se manteve, do mesmo modo, distante dos gabinetes políticos.
Continua levando vida normal, no mesmo lugar de sempre, em São Francisco, bairro onde passou a morar quando chegou do interior fluminense à ex-capital, e onde criou seus três filhos, cumprindo com dignidade a viuvez que o destino e a vida lhe reservaram, sendo merecedora do respeito de todos que conhecem sua história e lhe rendem até hoje homenagens como a eterna primeira dama do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: Coluna Gilson Monteiro/Niteroi de Verdade