A vegetação do Parque Natural Municipal Sabiá Laranjeira de Rosal tem sido estudada por importantes instituições de ensino e pesquisa. Desde 2021 a Prefeitura de Bom Jesus do Itabapoana, através da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Recursos Hídricos, tem fomentado a realização de pesquisas nessa Unidade de Conservação (UC), o que já gerou resultados animadores. Os trabalhos ecológicos realizados pelo Herbário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (HUENF) e os para conhecimento das espécies da flora, realizado pelo Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostraram que existem espécies vegetais nativas da Mata Atlântica na área do parque que são de rara ocorrência no estado. Elas têm, portanto, grande importância ecológica.
Algumas espécies intrigaram os pesquisadores e geraram dúvidas sobre a possibilidade da ocorrência delas aqui. É o caso da Allamanda schottii, parente da famosa Allamanda cathartica,popularmente conhecida como alamanda ou dedal-de-dama,comumente vista em casas e muros com sua flor amarelo vibrante e folhas verdes.
Essa espécie, que foi coletada pelo biólogo Raphael de Souza Pereira e depositada no HUENF e no Herbário do Museu Nacional, inicialmente, gerou dúvidas, pois é uma espécie que não é vista facilmente. Sua última coleta no Estado do Rio foi em 2001.
A A. Schotti é parecida com a sua “prima” famosa; o que as difere facilmente são seus frutos e sementes. Nas alamandas de jardim os frutos são redondos, um pouco alongados, e as sementes possuem alas, que fazem com que elas possam ser carregadas pelo vento. Já a espécie encontrada no Parque Sábia Laranjeira tem o fruto bem redondo, parecendo uma mamona e as alas quase não existem.
Outra espécie interessantíssima encontrada no local foi a Lophophytum mirabile, conhecida comobatata-de-escama. A espécie não é parecida com as batatas comestíveis. Ela é chamada assim, pois quando a parte fértil da planta emerge do solo, encontra-se enterrada uma parte semelhante a uma batata, mas com escamas triangulares e pontiagudas.
A planta pertence a uma família botânica pequena, as Balanoforáceas, que não têm clorofila (pigmentos de cor verde) e emergem do chão. Essa família possui aproximadamente 50 espécies no mundo todo. Elas são difícil de encontrar, até mesmo pelos olhos mais treinados. Aqui foram coletadas e levadas, novamente, aos herbários da UENF e do Museu Nacional.
As plantas foram identificadas pelo biólogo Raphael de Souza Pereira e depositadas no HUENF e no Herbário do Museu Nacional. Algumas espécies ainda estão sendo estudadas detalhadamente, mas parentes do jaborandi, da pinha e até do guaraná foram já encontrados por aqui.
As pesquisas estão mostrando que a região tem grande potencial ecológico e que as espécies encontradas são de especial relevância para a flora do Estado do Rio. Essas plantas são indicadores de que Bom Jesus do Itabapoana tem uma importante diversidade de flora, que deve ser conhecida e preservada.
Assim, a preservação da área do parque, bem como do seu entorno,é primordial para que mais pesquisadores e cientistas realizem estudos na região e coloquem o Noroeste Fluminense como área amiga da Ciência e de destaque na conservação da Mata Atlântica.
Ascom PMBJI
Blog do Jailton da Penha