Segundo o jornal O Globo, Diogo era legalmente casado com sua esposa quando conheceu Letycia. Ele é do Espírito Santo e mudou-se para Campos, onde passou a morar com as duas mulheres em endereços diferentes. Ainda de acordo com o O Globo, o suspeito dizia que iria viajar para justificar suas ausências em casa. O Globo disse ainda que Letycia já tinha perdido um outro filho Diogo em outras circunstâncias. O motivo da perda do bebê não foi divulgado.
Em sede policial, Diogo e a esposa alegaram que não estavam mais juntos há cerca de três anos, apesar de não terem se separado formalmente. No entanto, para a polícia, as trocas de mensagens entre os dois dariam indícios de que havia relacionamento amoroso entre eles.
O jornal O Globo ainda trouxe em sua publicação a informação de que a mãe de Letycia, Cintia Fonseca, disse em depoimento que enquanto estava internada, ela achou estranho o Diogo não ter ido ao hospital visitá-la. Ela também achou estranho ele não ter procurado saber de Letycia e nem do bebê. Ela também contou em depoimento ter ouvido da acompanhante de outro paciente que um homem grande com as características de seu genro teria perguntado sobre Letycia na porta do hospital: “Já morreu? Já morreu?”.
Na última terça-feira (07), a delegada titular da 134ª Delegacia de Polícia, Natália Patrão, informou que todos os envolvidos no crime já foram presos. Diogo foi preso no início da noite dessa terça-feira sob aplausos de populares que estavam na delegacia. Ele preferiu ficar em silêncio durante o depoimento. O companheiro de Letycia chegou a prestar depoimento, na presença de dois advogados, na segunda-feira (6), mas foi liberado. Segundo a delegada Natália Patrão, ele se negou a fornecer material genético para exame de DNA que confirmaria se ele era pai ou não do bebê de Letycia.
Também na terça-feira, o proprietário da motocicleta utilizada no homicídio foi preso. Ele chegou a ser levado para a delegacia na segunda-feira (6), mas foi liberado. Porém, com o avanço das investigações, voltou a ser preso.
A Polícia Civil ainda conseguiu prender, na segunda-feira (6), um homem apontado como interlocutor entre o mandante e os executores do crime. Nesse mesmo dia, o suspeito de ser o atirador foi preso, mas preferiu não falar em depoimento.
O primeiro suspeito a ser preso foi o condutor da moto, que foi capturado pelos agentes da 134ª DP no último sábado (4). Em depoimento, ele confessou a participação no assassinato, segundo a delegada.
O crime
Letycia, grávida de sete meses, estava no carro da empresa em que trabalha conversando com sua mãe, que estava do lado de fora do veículo, na rua Simeão Scheremeth, próximo à Arthur Bernardes, quando, por volta das 21h, as duas foram surpreendidas por dois homens em uma moto, que pararam ao lado do automóvel. O carona disparou diversos tiros na direção da gestante, que foi atingida na face, no ombro, na mão esquerda e no tórax. A mãe de Letycia, por instinto, chegou a correr em direção aos criminosos, momento em que foi atingida na perna esquerda. Câmeras de segurança flagraram o momento do assassinato.
Também no momento do crime, Letycia deixava a tia-avó Simone Peixoto, de 50 anos, em casa, após um passeio de carro que fazia sempre com ela para acalmá-la. No banco do carona, Simone, que tem Síndrome de Down, ficou coberta de sangue e a família diz que ela chora o tempo inteiro. Segundo o tio de Letycia, eles chegaram a pensar que a Simone havia sido baleada, mas se tratava de grande quantidade de sangue de Letycia após ser atingida.
Mãe e filha foram socorridas pelo tio da gestante e levadas para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde Letycia morreu logo após dar entrada. Uma cesariana de emergência foi realizada e o bebê transferido para a UTI neonatal da Beneficência Portuguesa, mas ele não resistiu e morreu horas depois. Já a mãe da gestante foi atendida, fez exames e recebeu alta. Os corpos de Letycia e do filho foram sepultados, na sexta-feira (3), no Cemitério Campo da Paz.
O que já se sabe sobre o caso
- A engenheira de produção Letycia Peixoto Fonseca, de 31 anos, estava grávida de sete meses, quando foi baleada dentro do carro da empresa que trabalhava, às 20h58 do dia 2 de março;
- Letycia foi atingida por cinco tiros: um na face, um no ombro, um na mão esquerda e dois no tórax;
- A mãe de Letycia, Cintia Fonseca, presenciou o crime e foi baleada na perna esquerda ao reagir;
- Letycia foi socorrida com vida pelo tio, mas morreu logo após dar entrada no HFM, onde um parto de emergência foi realizado;
- O filho da vítima, que recebeu o nome Hugo, nasceu com 30 semanas de gestação, com 1,725 kg. Ele foi transferido para a UTI da Beneficência Portuguesa por volta das 22h, mas não resistiu e morreu às 8h do dia 3 de março;
- O bebê Hugo foi registrado pelo avô, pai de Letycia;
- Material genético do bebê foi coletado no IML;
- Companheiro de Letycia e suposto pai do bebê, o professor do IFF e empresário Diogo Viola de Nadai se negou a ceder material genético para confronto de paternidade;
- Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram presos:
> Suspeito de ser o mandante: Diogo Viola de Nadai
> Suspeito de ser o intermediador: Gabriel Machado Leite
> Suspeito de ser o atirador: Fabiano Conceição Silva
> Suspeito de ser o condutor da moto usada no crime: Dayson dos Santos Nascimento
> Suspeito de ser o proprietário da moto usada no crime: João Gabriel Ferreira Tavares
- Diogo é casado, mas mantinha um relacionamento com Letycia, com quem morava;
- Familiares de Letycia contam que a relação dela com Diogo era conturbada, de idas e vindas, e descrevem o companheiro da vítima como uma pessoa fria, inteligente e manipuladora;
- Segundo a investigação, o intermediador, o atirador, o condutor da moto e o proprietário do veículo receberam R$ 1.250 cada um para executar o crime;
- Diogo teria tentado apagar histórico de seu celular no dia do crime;
- Familiares de Letycia informaram que Diogo teria pedido que ela fizesse um empréstimo de R$ 16 mil para pagar dívidas de sua loja;
- Em depoimento, o suspeito de conduzir a moto na hora do crime admitiu participação, mas alegou que achava se tratar de um roubo;
O que ainda falta saber sobre caso
- A motivação do crime ainda não foi divulgada ou ainda não foi fechada pela Polícia Civil. No início da investigação, a delegada Natália Patrão chegou a dizer que o crime teria sido passional, mas novas afirmações não foram feitas;
- Ainda não se sabe qual é a relação do Diogo Viola de Nadai com o intermediário. Gabriel Machado Leite é suspeito de ter sido a ponte entre o mandante e os executores;
- A arma e a moto usadas no crime ainda não foram encontradas. A arma usada foi um revólver, segundo a Polícia Civil. Já a moto, que seria de João Gabriel Ferreira Tavares, também preso, não teve o modelo divulgado. Em depoimento, ele disse que não viu a motocicleta desde o dia em que supostamente foi furtada;
- Confirmação da paternidade do bebê Hugo;
- A delegada Natália Patrão informou que ainda faltam dados e informações que foram solicitadas, por meio da Justiça, de aplicativos e outros recursos tecnológicos que possam ajudar na elucidação do crime;
Ainda falta saber também o que a esposa de Diogo disse em depoimento, antes da prisão dele. Os dois não viviam juntos, mas são casados judicialmente.
Com informações do jornal O Globo