Ao todo, mais de mil unidades foram doadas a um lar de idosos do município do Sul do Estado Uma moradora de São José do Calçado surpreendeu amigos e familiares ao definir o presente de aniversário deste ano. Ao completar 96 anos, no último dia 21 de julho, ao invés dos presentes, Dona Nency Moreira Lima pediu fraldas para serem doadas ao lar de idosos da cidade. Mais de mil unidades de fraldas foram doadas ao “Recanto Carlos José Nunes”, além de lenços e papel higiênico.
''Sempre gostei de ajudar. Esse ano eu tava deitada e tava pensando ‘vou ganhar coisa que já tenho? Eu tenho 96 anos já. Foi quando eu decidi: Ao invés de presente eu quero doar"
Nency Moreira Lima•Moradora de São José do Calçado
O pedido foi feito um pouco antes do dia do aniversário, comemorado em um sítio da família, e quase todos os convidados aderiram ao pedido. A idosa escolheu até o tamanho: “G” e XG, as mais demandadas no lar de idosos. “É sempre um desafio comprar coisas pra vovó porque ela tem de tudo [...] Então ficamos felizes. A gente ficou mais orgulhoso ainda do que a gente já era né”, conta o neto Braulyo Lima Daver e Sousa.
Todos os anos, o aniversário da dona Nency é um motivo para reunir a família. Nascida e criada em São José do Calçado, ela criou 12 filhos, nove biológicos e três adotados. A maior parte não só aderiu à ideia, como se sentiu ainda mais orgulhoso da matriarca. “A gente fica feliz porque é um dos valores que ela passou para família, de generosidade, de atenção com o próximo”, ressalta o neto.
Ao todo, 31 idosos estão internados na instituição de longa permanência Carlos José Nunes e todos precisam usar as fraldas, conforme explica o presidente da instituição, João Batista Maciel. Segundo ele, com a atitude de Dona Nency, outras instituições fizeram doações. “Foi essencial porque alguns precisam usar fraldas 24 horas, um consumo de mais 1200 pacotes. São essas doações que fazem o lar continuar existindo”, relata.
Para o próximo ano, dona Nency já decidiu: vai pedir fraldas de novo. “É melhor doar. Espero que incentive outras pessoas também”, conclui.
A Gazeta