O Projeto de Lei 35/2025, que tratava da transparência das emendas parlamentares em São José do Calçado, foi rejeitado. A sessão terminou em discussão acalorada entre os vereadores Marvem Menezes e Paulinho do Zuza. Na sessão realizada quarta-feira, 10, a Câmara de São José do Calçado rejeitou o Projeto de Lei 35/2025, de autoria do vereador Marvem Menezes, que previa mais transparência na divulgação das emendas parlamentares recebidas pelo município. A proposta estabelecia a obrigatoriedade de informar no Portal da Transparência o deputado autor da emenda, o valor repassado, o prazo de utilização e o destino do recurso, além de outras informações. O projeto contou com apenas dois votos favoráveis, o do autor e da vereadora Janaína Beline (PSB).
Durante a defesa de seu projeto, Marvem lembrou o episódio em que a vereadora Janaína Beline conseguiu, por meio do deputado federal Folletto (PSB), uma emenda de R$ 500 mil para a saúde. O recurso, foi alvo de polêmica quando o prefeito Antônio Coimbra, o Cuíca (PSB), publicou um vídeo chamando a vereadora e o deputado de mentirosos. “Tanto que o Folletto fez e faz pala nossa cidade, e o prefeito grava um vídeo chamando o deputado de mentiroso! O prefeito precisa ter mais respeito”, disparou Marvem.
Marvem lembrou ainda dos baixos desempenhos do município em transparência nos últimos três anos, quando em 2022 São José do Calçado apareceu na 73ª posição no ranking de transparência entre os 78 municípios capixabas, 78ª posição em 2023 e 52ª em 2024.
“O senhor é o último que pode falar disso. Acabou de ganhar uma placa de táxi e já vendeu a placa”, afirmou.
O clima esquentou ainda mais quando o vereador Paulinho do Zuza (Podemos) se posicionou contra o projeto e elogiou a atual administração. “Antes de Cuíca, nunca houve transparência. Os recursos chegavam, mas a cidade não via melhorias. Hoje Calçado está uma lindeza”, afirmou.
A fala provocou a reação imediata de Marvem, que acusou Paulinho de falta de moral para falar sobre transparência. “O senhor é o último que pode falar disso. Acabou de ganhar uma placa de táxi e já vendeu a placa”, afirmou.
Paulinho retrucou na hora, perguntando se a placa estaria em seu nome. Sem hesitar, Marvem respondeu: “Estava no nome do seu irmão”. A troca de acusações elevou o tom da sessão, obrigando a presidente da Câmara a intervir para encerrar o bate-boca.A placa de táxi à qual o vereador Marvem Menezes se refere é uma das distribuídas após a aprovação, pela Câmara, de novas concessões. No caso, o vereador Paulinho do Zuza teria sido beneficiado com uma autonomia, mas, por ser vereador, teria colocado no nome do irmão, tendo-a vendido posteriormente, como revelou o vereador Marvem na sessão de ontem. Único vereador de oposição declarado, Marvem tem enfrentado resistência para aprovar seus projetos, mesmo os que não geram despesas ao Executivo. A rejeição de sua proposta reforça o isolamento político e expõe o clima de tensão cada vez maior no Legislativo de Calçado.
Café com Politica
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