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sábado, 9 de abril de 2016

MÉDICOS CAPIXABAS RECEBEM RECOMENDAÇÃO PARA NÃO PRESCREVEREM PÍLULA DO CÂNCER

Projeto que autoriza a distribuição da "pílula do câncer" foi aprovado simbolicamente e segue agora ao Senado
Imagem/Ilustrativa
Médicos capixabas estão sendo orientados a não prescreverem a chamada "pílula do câncer" para pacientes que fazem o tratamento da doença. A fosfoetalonamina sintética, substância química da pílula, tem causado polêmica e teve sua distribuição suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. Médicos que descumprirem a recomendação podem sofrer punições.
Mas, mesmo assim, muitos pacientes têm a prescrição da pílula e buscam na Justiça o acesso à substância. Por isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma resolução impedindo a prescrição de substâncias ainda em fase de testes e que não têm a eficácia comprovada. O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) concorda com a medida e segue a resolução.
O presidente do CRM, Carlos Magno Pretti Dalapicola, explica que, enquanto não houver comprovação dos resultados da pílula, os pacientes não podem ser colocados em risco. Quem fizer as prescrições pode sofrer processo administrativo dentro do conselho, explica.
“A resolução é bem clara: se o médico fizer alguma prescrição terá que responder ao conselho e podemos abrir uma sindicância. Ele terá que provar o embasamento científico para prescrever a substância. Se não tiver, vai responder à sindicância”, disse.
O oncologista Cristiano Magalhães diz que a substância não pode nem ser chamada ainda de medicação porque não foi testada de forma efetiva. Para ele, os testes não têm controle sobre que tipos de efeitos colaterais os pacientes que a testaram tiveram e que não há base para a prescrição.
A substância tem sido testada na Universidade de São Paulo (USP) e alguns pacientes já a utilizaram. No entanto, as pesquisas ainda não têm um resultado final. O Congresso aprovou um projeto de lei que permite a produção, venda e uso da fosfoetanolamina até que pesquisas tenham resultados conclusivos sobre sua eficácia. A presidente Dilma Rousseff tem até 13 de abril para vetar ou sancionar a lei.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a distribuição da pílula para novos pedidos. Agora, o estoque restante só pode ser repassado para pedidos antigos.
A substância ainda não possui registro e liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Gazeta


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