Foto: Secretaria de Comunicação de Carapebus
Uma força-tarefa se reuniu neste sábado para fechar a Lagoa do Paulista, no município de Carapebus, no Norte fluminense. Funcionários da prefeitura da cidade e da vizinha Quissamã, com a colaboração do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), passaram a tarde formando uma barreira de contenção com duzentas ecobags, para evitar que a vegetação do local chegue ao oceano. Mais de mil toneladas de gigogas e taboas migraram de lá até a costa da Região dos Lagos, sujando as praias de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios desde antes do Natal.
As equipes de trabalho aproveitaram a maré baixa para colocar as ecobags durante a tarde deste sábado. A barragem da Lagoa do Paulista já rompeu três vezes, levando as gigogas e taboas até as praias da Região dos Lagos, a mais de cem quilômetros da cidade. Funcionários das prefeituras, moradores e turistas fizeram mutirões para tentar limpar as orlas a poucos dias do réveillon, que ficaram cheias das plantas aquáticas de água doce, que proliferam em ambiente poluído.
A Prefeitura de Cabo Frio já retirou 550 toneladas das plantas das praias da cidade. De acordo com a assessoria, a limpeza e monitoramento vão continuar durante o fim de semana, mas a quantidade de gigogas já reduziu consideravelmente.
Em Arraial do Cabo, foram retiradas cerca de 570 toneladas de gigogas e taboas desde o dia 17. Além das equipes da prefeitura, barqueiros, quiosqueiros e voluntários também auxiliam no processo de limpeza das praias. Já Búzios afirma que as praias já estão limpas. Menos afetada, a cidade recebeu 20 toneladas das plantas.
Segundo o diretor de fiscalização e emergências do Inea, Major Daniel Frederico, cerca de 50 pessoas trabalharam em duas frentes diferentes para consolidar a barra das duas lagoas. O Major ressalta, porém, que o Parque Nacional de Jurubatiba, onde ficam as duas lagoas que causaram o problema na região é um lugar de conservação federal, então a atribuição não compete ao Inea e sim ao ICM-Bio.
— Estamos dando por encerrada a questão de uma emergência ambiental, mas trabalhamos auxiliando os responsáveis pelo local, que são o ICM Bio, as prefeituras de Quissamã e Carapebus. Também estamos observando e analisando em nossos laboratórios os materiais que recolhemos — diz o Major, que completa: — O Inea veio apoiar porque o estado do Rio estava sofrendo reflexos, principalmente nos municípios que são vocacionados ao turismo, afetando as suas economias. Atuamos para garantir o réveillon da população fluminense.
O Inea e a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) promoverá no domingo um mutirão de limpeza para ajudar na retirada das plantas aquáticas na Praia do Peró, em Cabo Frio. Segundo o instituto, as ações também englobarão a Praia das Conchas e o município de Arraial do Cabo, caso haja necessidade. Na segunda-feira, será realizado um sobrevoo para monitorar a situação da região.
As prefeituras de Arraial do Cabo e de Cabo Frio foram à Justiça nesta semana contra Carapebus e o ICMBio, órgão federal que administra o parque onde ficam as lagoas, devido às toneladas de gigogas e taboas que sujaram as praias da região. Arraial pediu o fechamento imediato da Lagoa do Paulista e solicitou auxílio na limpeza das praias afetadas, sob pena de multa diária de R$ 200 mil. Já a Procuradoria-Geral de Cabo Frio representou contra Carapebus no Ministério Público estadual e federal, pedindo que apurem a responsabilidade sobre o caso.
Segundo a prefeitura de Carapebus, a barra da lagoa do Paulista foi aberta no dia 13, com autorização do ICMBio, para escoar a água que estava alagando casas na praia e na cidade. A barragem da lagoa de Carapebus fechou naturalmente no dia 17, mas continua sendo monitorada.
Jornal Extra
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