Centroavante “Sanfona” faleceu aos 52 anos em decorrência de uma descarga elétrica
Com a presença de jogadores calçadenses, ex-jogadores do Americano Atlético Clube (Estádio Ernesto Guimarães), Motorista Futebol Clube (Estádio Ernesto Campos da Fonseca), amigos, familiares, do Presidente da Academia Calçadense de Letras, Edson Lobo Teixeira, pessoas próximas e autoridades, foi sepultado na última sexta-feira (17), ás 9h, em São José do Calçado, a 235 quilômetros de Vitória, o corpo do centroavante Jocimar Rosa da Silva, conhecido carinhosamente como Sanfona.
Ele, que completaria 53 anos no próximo dia 30 de janeiro, morreu na manhã de quinta-feira (16), ao ter contato com uma rede de alta tensão enquanto trabalhava na construção de um prédio, no Bairro São Domingos, em São José do Calçado. Também morreu o pedreiro José Almir Ferreira, que tinha 37 anos.
Houve muita comoção durante o velório ocorrido na Capela Mortuária Elpidio Diogo, localizada no Bairro Honorelino Gomes de Oliveira. Muitos prestaram as últimas homenagens àquele que sabia interagir com as pessoas. Um tio de Jocimar Rosa da Silva se lembrou do sobrinho com carinho.
- Um rapaz cheio de vida, alegre, gostava de jogar futebol. Muito triste. Quando se morre de uma doença, até se aceita. Foi de uma forma muito sinistra. Estamos aqui agora, mas não sabemos se estaremos vivos até o finar do dia -, disse o tio do centroavante Sanfona, explicando ainda, que pelo fato de desde criança, o sobrinho ficar colocando os dedos das mão colados e todos para cima, ganhou o apelido de Sanfona.
Quem também se manifestou foi o ex-zagueiro Francisco Carlos de Aguiar homem, mais conhecido como Zeco do Sr Sinhozinho, um dos craques do passado calçadense, que descreveu a pessoa de Sanfona como centroavante trombador.
- Meu amigo confiava nas jogadas. Usou muito a camisa 9, azul e branco e vermelho e branco (Americano e Motorista). Jogamos juntos. Após as partidas de futebol, contava seus casos sobre o jogo enquanto riamos muito. Amigo, vamos sentir muito sua falta, um grande parceiro. Você era aquele centroavante que acreditava nas jogadas. Se o time precisasse até de goleiro, não media esforços. Vai fazer muita falta com suas histórias. Tem um time lá no céu, com a camisa 9, esperando você, no paraíso eterno. Seu técnico, lá em cima, chama-se Jesus Cristo. Saudades para sempre, meu grande amigo Sanfona-, desabafou Zeco.
Jefferson Spadarott Bullus, ex-prefeito de São José do Calçado e atual Presidente do Americano Atlético Clube, em nome da Diretoria, lamentou profundamente a perda prematura do centroavante.
- Torcedor do mais querido da cidade, de família de Americanos, filho e irmão de craque, calçadense da gema. Sanfona, de goleiro (bom) a centroavante (mau) -, brincou Spadarott Bullus.
Já Guilherme do Carmo Pires, Conselheiro Tutelar, disse que Sanfona foi um amigo inestimável. Que fez parte da nossa vida.
- Da amizade, seja ela em uma roda de passarinho ou jogando seu futebol, como um excelente centroavante, atuou no Campo do Motorista e Americano. Sempre animado, nunca o vi reclamando de nada. Por isso deixo meus sinceros sentimentos aos familiares e amigos -, enfatizou Guilherme.
⇢SALMA DE PALMAS
No momento em que se conduziu o esquife até ao Cemitério local, foi dada uma salva de palmas. Muito emocionado, o ex-zagueiro Alcenio do Nascimento, vulgo Feminho, ajudou a carregar o esquife. Também o ex-goleiro e atualmente arbitro de futebol, Rosemilson Leite, esteve ao lado de Feminho na triste missão.
→LADO A LADO
Os corpos foram velados lado a lado. José Almir Ferreira, que tinha 47 anos, foi sepultado às 8h30. Divorciado, deixa um filho (Lucas). Já Jocimar Rosa da Silva, vivia em uma união estável. Não deixou filhos. Amarildo Ferreira, irmão de José Almir, teve a dura missão de construir o túmulo do próprio irmão.
Na tarde deste sábado (18), em contato com uma enfermeira plantonista do HESJC, Claudia Rimo, foi apurado que o quadro clinico de Rene Ferreira da Silva, é estável. Que permanece na UTI.
→TRAGÉDIA
A Tragédia, que entrou para um dos dias mais tristes da história do municipio, ocorreu por volta das 7h30, da última quinta-feira (16), em um loteamento conhecido como Bairro São Domingos, em São José do Calçado.
Conforme testemunhas, por volta das 7h30, três pedreiros estavam no terceiro andar da obra (laje) manobrando uma viga, quando o ferro teria encostado à rede de alta tensão. O funcionário púbico Salvador Gomes, que é tio do dono da obra, Jocimar Rosa da Silva, que veio a óbito, contou que acredita que a viga encostou de leve ou aproximou-se muito perto da rede de alta tensão. Disse ainda, que com ajuda de populares levou os pedreiros para o Hospital Estadual São José do Calçado. Que, porém, Jocimar Rosa da Silva e José Almir Ferreira já chegaram sem vida. Já Rene Teixeira da Silva, de 37 anos, foi para a UTI.
→ESBARRADO LEVEMENTE
A reportagem do BLMN entrou em contato com um dos mais experientes eletricistas do Estado do Espirito Santo, que explicou o que poderia ter acontecido no prédio. Conforme o profissional, que preferiu manter seu nome no anonimato, o fio tem 13.200 volts. Que provavelmente deve ter tocado de leve ou chegado muito perto. Já outro eletricista disse se a viga caísse de cheio em cima dos três fios, os três pedreiros morreriam carbonizados.
A Defesa Civil do município esteve no local para averiguar se o local apresenta riscos para os moradores da região. A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência. Os corpos foram encaminhados ao Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim.
Blog Last-Minute News
Nenhum comentário:
Postar um comentário