Foto:Getty Images
Um
morador de Sorocaba (SP) morreu em decorrência de complicações causadas pela
febre hemorrágica. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde na
segunda-feira (20).
A pasta confirmou o
caso de febre hemorrágica brasileira causada por contaminação do arenavírus. É
a primeira vez em 20 anos que a doença é registrada no país.
A vítima é um homem
de 52 anos, morador do bairro Vila Carvalho. A Secretaria Municipal da Saúde
não divulgou o nome dele.
De acordo com o
Ministério da Saúde, o paciente começou a apresentar os sintomas no dia 30 de
dezembro e foi atendido em três hospitais de Eldorado (SP), Pariquera-Açu (SP)
e São Paulo até morrer por complicações da doença no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM-USP), no dia 11 de
janeiro. Ele não passou por atendimento em Sorocaba.
A
princípio, foram realizados exames para identificação de doenças como febre
amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. No entanto, todos os
resultados foram negativos.
Ainda segundo o
ministério, o morador viajou para as cidades de Itapeva (SP) e Itaporanga (SP),
locais prováveis de infecção. De acordo com a secretária de Saúde de Itapeva,
ele esteve na cidade por dois dias no mês de dezembro visitando os filhos e não
apresentou nenhum sintoma da doença. O paciente não tinha histórico de viagens
internacionais.
Não está confirmada
a origem da contaminação. Até o dia 3 de fevereiro, funcionários dos hospitais
por onde ele passou serão monitorados e avaliados, assim como os familiares e
pessoas que tiveram contato com o homem.
O ministério está
considerando o caso como um evento de saúde pública grave por conta da raridade
e da letalidade da doença.
No país há registros
de apenas quatro casos da doença, sendo três adquiridos em ambiente silvestre
no estado de São Paulo e um por infecção em ambiente laboratorial no Pará.
Todos foram contabilizados na década de 90, o último em 1999.
O período de incubação da doença é longo (em média de
sete a 21 dias) e se inicia com febre, mal-estar, dores musculares, manchas
vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de
cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas,
como boca e nariz.
Com
a evolução da doença pode haver comprometimento neurológico, como sonolência,
confusão mental, alteração de comportamento e convulsão.
Segundo o Ministério
da Saúde, as pessoas contraem a doença possivelmente por meio da inalação de
partículas formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados.
A transmissão de
pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em
ambientes hospitalares, quando não são utilizados equipamentos de proteção, por
meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras
secreções ou excreções.
G1
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