Foto:Divulgação
Teve tumulto, polícia, suplente convocado, mas não teve decisão. O
presidente da Câmara de Carapebus, Anselmo Prata, adiou para este sábado (15),
a partir das 8h, a votação final do processo de cassação da prefeita Christiane
Cordeiro (PP). A sessão extraordinária chegou a ser iniciada na noite desta
sexta-feira (14), mas foi interrompida diversas vezes com as manifestações do
público que lotou o plenário. Houve reforço no policiamento, mas depois de
conversar com representantes da PM, o presidente decidiu interromper os
trabalhos por motivo de segurança.
Com nove vereadores, a Câmara precisaria de 2/3 (seis votos) para
aprovar o procedimento. Pelas contas nos bastidores, a oposição teria cinco
parlamentares. Antes do início da sessão extraordinária, o presidente leu uma
denúncia recebida pela Câmara de que o vereador Marquinho Pacato (MDB) teria
vendido seu voto a favor de Christiane com nomeações de familiares na
Prefeitura. A partir disso, Anselmo Prata abriu um procedimento de impedimento
de Pacato para a votação do impeachment. A ação foi analisada pelo plenário,
que decidiu, por cinco votos a quatro, não permitir a participação do
emedebista.
Com
isso, Prata relatou que convocou o primeiro suplente Juninho (Podemos), que
teria declinado, abrindo espaço para o segundo suplente Claudinho da Rodagem
(Cidadania). Ele já estava no plenário e teria assinado o termo de posse antes
da decisão.
Os
ânimos que já estavam exaltados ficaram ainda mais acirrados. O público
protestou com gritos e houve até uma invasão generalizada no plenário. A sessão
chegou a ser suspensa por cerca de 30 minutos. No retorno, o presidente tentou
insistir no seguimento dos trabalhos e pediu aos policiais que retirasse o
público. Porém, por questões de segurança a recomendação foi pelo adiamento.
O
advogado João Paulo Granja, que representa Christiane Cordeiro e o vereador
Marquinho Pacato, chamou a decisão de absurda. “Eu nunca vi o que aconteceu
aqui na minha vida inteira. O presidente afastou o vereador sem ter 2/3 dos
votos e convocou o segundo suplente, que já estava na Câmara antes da decisão.
Perguntei a ele se havia sido diplomado pela Justiça Eleitoral e ele disse que
não. Por isso eu vou para a delegacia registrar um boletim de ocorrência contra
ele por falsidade ideológica e abuso de autoridade”.
Aldir Sales/Folha da
Manhã
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