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quarta-feira, 3 de setembro de 2025

MÉDICA BONJESUENSE É ALVO DE ATAQUE MACHISTA DE VEREADOR EM GUARAPARI

Um grave incidente ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari gerou revolta e mobilizou entidades de classe no Espírito Santo. A médica Dra. Maria Júlia Ferraz, de 24 anos, natural de Bom Jesus do Itabapoana, filha do médico Dr. Murilo Ferraz e de Michelli Ferraz, foi vítima de agressões verbais machistas proferidas pelo vereador Oldair Rossi.
Segundo áudios que circulam nas redes sociais, o parlamentar tentou se passar por “fiscal da lei” durante um plantão da médica, lançando ofensas misóginas e questionando sua competência com base em sua idade e estatura física. Ele chegou a ameaçá-la, dizendo que poderia prendê-la.
O caso se agravou quando, em vez de se retratar, Rossi utilizou a tribuna da Câmara Municipal para difamar a profissional, mesmo diante de provas que confirmam sua conduta abusiva. Diante da pressão e do abalo emocional, a Dra. Maria Júlia — que atuava como voluntária na UPA e é fundadora da prenatale.org — decidiu se afastar do trabalho. A médica acionou a Polícia Militar, que registrou a ocorrência.
OAB/ES repudia conduta do vereador
A Comissão da Mulher Advogada da OAB/ES foi a primeira entidade a se posicionar publicamente, emitindo uma nota de repúdio. No documento, a comissão destacou que “idade e aparência jamais podem ser critérios de avaliação da competência de uma mulher” e lamentou a perda do trabalho voluntário da médica, reafirmando seu compromisso de combater práticas que busquem “intimidar, inferiorizar ou constranger mulheres no exercício de suas profissões”.
Silêncio das autoridades gera críticas
Apesar da gravidade do episódio, o prefeito Rodrigo Borges e a presidente da Câmara Municipal, Sabrina Astori, não se manifestaram até o momento. A ausência de posicionamento das autoridades locais tem gerado intensos debates na cidade, levantando questionamentos sobre se a política estaria se sobrepondo à ética e ao respeito aos profissionais de saúde.
Debate sobre ética e proteção a profissionais da saúde
O caso reforça a necessidade urgente de discutir a ética na política e a proteção de profissionais que, muitas vezes, se tornam alvo de desrespeito e violência enquanto dedicam seus esforços a servir a população. Também reacende o debate sobre a criação de mecanismos de corregedoria e responsabilização dentro das câmaras municipais, para coibir abusos praticados por agentes públicos.
A VERDADE PRECISA SER DITA
Minha filha, Dra. Maria Júlia é uma médica vocacionada ao serviço público e fundadora da prenatale.org.
Mesmo com vasta experiência familiar na saúde privada, sua paixão é o voluntariado, como na UPA de nossa cidade.
Em seu último plantão, Maria Júlia foi covardemente atacada por um vereador. Ele a agrediu verbalmente, com ameaças como ‘te dou voz de prisão agora’ e desrespeito como ‘você é pequenininha’, tentando politizar o ambiente de trabalho. Ela manteve a dignidade e focou no atendimento.
A gravidade foi tamanha que ela acionou o 190. Quatro viaturas da PM registraram a ocorrência em Boletim, aguardando formalização da representação.
Na última semana, esse mesmo vereador mentiu sobre o ocorrido na tribuna da Câmara. Este vídeo expõe a verdade, através do áudio original da agressão.
Por esse desrespeito, Maria Júlia tomou a dolorosa decisão de não seguir com seu trabalho na UPA. Como pai, sinto imenso orgulho de sua ética. Infelizmente, quem mais perde é a população, privada de sua dedicação.
É hora de exigir respeito aos profissionais de saúde e ética na política. Confio na Câmara e demais autoridades pois sei que vão agir com seriedade.

Blog Redação News BJI

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